Fonte: Correio Espírita - Por: Guaraci Silveira - Imagem: Pixabay

O processo de uma encarnação é magnífico. Se existissem milagres diríamos que é o milagre da vida. De repente um Espírito retorna à vida física e o faz adentrando novo corpo através de um processo de aglutinação celular e justaposição às suas necessidades na nova experiência carnal.

Era um velho que retorna à infância. Como pode ser isso? Pergunta Nicodemos a Jesus. E o Mestre diz: “Necessário é nascer de novo. Aquele que não nascer da água e do espírito não pode entrar no Reino de Deus”. Assim estamos todos reencarnados em busca dos aperfeiçoamentos, visando adentrar ao Reino de Deus, que está em nós mesmos.

É necessário progredir, e as encarnações nos possibilitam avançar nesse contexto. No Livro dos Espíritos, questão 781, Allan Kardec indaga: “É permitido ao homem deter a marcha do progresso? Não, mas pode entravá-la algumas vezes”. Eis o que devemos evitar. Ao renascermos, trazemos um roteiro a ser seguido. Quantas vezes, em outras experiências reencarnatórias, acumulamos experiências desastrosas pelo mal uso do livre arbítrio. Ora, o livre arbítrio tem o viés das realizações pelas escolhas, mas também das colheitas pelos plantios. Tudo segue a ciclos, assim como os astros no Universo. Daí que há ciclos dentro das encarnações e eles necessitam ser cumpridos no tempo certo. Quando o Espírito se demora numa posição, é preciso que algo lhe aconteça, visando adentrar outro campo. Quase sempre, por não entender assim, a pessoa pode sentir-se vitimada enquanto que está apenas sendo convocada a aprumos e avanços.

“Sendo o progresso uma condição da natureza humana, ninguém tem o poder de se opor a ele. É uma força viva que as más leis podem retardar, mas não asfixiar. Quando essas leis se tornam de todo incompatíveis com o progresso, ele as derruba, com todos os que as querem manter, e assim será até que o homem harmonize as suas leis com a justiça divina, que deseja o bem para todos, e não as leis feitas para o forte em prejuízo do fraco.”

Esse é o comentário de Allan Kardec à questão 783, que trata do aperfeiçoamento da humanidade. É-nos interessante a apropriação dessas verdades. Não estamos aqui por acaso e nem para um tempo de festas ou torneios espetaculares que visem, apenas, à satisfação dos gozos terrenos.

Cada dia, cada sol que nasce ou se põe é uma oportunidade de realizar algo em prol de si e daqueles que estão à nossa volta. Estudar, trabalhar, pesquisar, ir além, onde as luzes nos convidam ao novo, é salutar e necessário. Fazer o comum diário e estacionar sem o desejo sincero de contribuir consigo mesmo para um tempo melhor não agregará valores a ninguém.

Cantarolar velhas modinhas que acalentam crianças pode ser um sonífero para o Espírito, que necessita despertar a consciência, como nos diz Joanna de Ângelis em sua Série Psicológica e ainda a Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung. Paulo de Tarso também nos alerta: “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo resplandecerá sobre a tua pessoa” (Efésios 5:14).

Estamos encarnados e somos administradores do nosso tempo e das nossas conquistas. Haverá o dia da prestação de contas, não como um processo punitivo, mas sim como um ajuste para continuarmos além. O bom é chegarmos nesse dia como chegou o servo da Parábola dos Talentos, que multiplicou os bens que lhes foram dados pelo Senhor. O tempo da encarnação passa depressa e a vida do Espírito continua sendo-lhe necessário “Progredir sempre, tal é a Lei”.

 


A vida de Chico Xavier

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