Por: Vania Mugnato de Vasconcelos

O corpo pode deteriorar, enfraquecer, ceder ao tempo, à doença, até ser abraçado pelo esgotamento total das forças vitais para desespero de alguns e desejo de outros, mas a vida não deixará de existir, pois a morte é apenas uma das incontáveis transformações pelas quais passamos, uma porta de saída do mundo carnal para o mundo espiritual, ao qual efetivamente pertencemos.


Refiro-me à “vida” enquanto inteligência, pensamento, enquanto ser espiritual. Na natureza a destruição dos corpos materiais acaba por reverter na criação de outros corpos materiais, numa renovação incessante. Todavia, no caso dos espíritos que se libertam da vida carnal ao abandonarem o corpo frágil que não mais se sustenta, ou seja, quem desencarna, percebe que a vida continua a existir, imortal, com suas capacidades intelectuais, dona de seus conhecimentos e plena de sentimentos já adquiridos.

Não existindo morte do espírito, a desencarnação ou morte física é somente uma etapa dentre tantas outras, E havendo vida incessante, no mundo dos espíritos continuamos a ser as mesmas individualidades que éramos cá, na Terra, sendo impossível fugir de quem se é.

Sem dúvida, há uma lei que leva ao progresso de cada espírito, fazendo-o alcançar a felicidade, a paz, a alegria plena, é para isso que encarnamos e reencarnamos, em busca do desenvolvimento em todas as áreas. Esse progresso não ocorre de modo mágico, é um processo permanente que impulsiona cada ser a continuar se purificando através do adiantamento intelectual e moral, dos conhecimentos adquiridos e dos sentimentos nobres que são ampliados.

Significa dizer que não só é impossível fugir da vida, é ilusão escapar daquilo que se é. A solução dos problemas e desafios não é a fuga, sempre foi o enfrentamento. Não é buscando a morte antes do tempo de sua chegada natural que os problemas deixarão de existir. Os sentimentos se ampliam no estado espiritual, pois o corpo que minimizava o impacto das angústias morais não existe mais e o desafio de escutar a própria consciência fica mais contundente.

A vida na carne é educativa e assim como o tempo na escola é temporário e tanto mais produtivo quanto os alunos sejam aplicados nos estudos, na existência carnal o esforço da auto superação é único caminho em direção à própria paz.


A vida de Chico Xavier

Informativo do Clube do Livro

Digite seu nome

Digite seu email

Invalid Input

Captcha
Invalid Input