Apresentamos três histórias contados por amigos de Chico Xavier, sobre o amor que ele tinha pelos animais.
1 - A Cachorra de Chico Xavier
Escrito por: Adelino da Silveira
Chico Xavier tinha uma cachorra de nome Boneca, que sempre esperava por ele, fazendo grande festa ao avistá-lo.
Pulava em seu colo, lambia-lhe o rosto como se o beijasse.
O Chico então dizia: – Ah Boneca, estou com muitas pulgas!
Imediatamente ela começava a coçar o peito dele com o focinho.
Boneca morreu velha e doente. Chico sentiu muito a sua partida. Envolveu-a no mais belo xale que ganhara e enterrou-a no fundo do quintal, não sem antes derramar muitas lágrimas.
Um casal de amigos, que a tudo assistiu, na primeira visita de Chico a São Paulo, ofertou-lhe uma cachorrinha idêntica à sua saudosa Boneca.
A filhotinha, muito nova ainda, estava envolta num cobertor e os presentes a pegavam no colo, sem contudo desalinhá-la de sua manta.
A cachorrinha recebia afagos de cada um. A conversa corria quando Chico entrou na sala e alguém colocou em seus braços a pequena cachorra.
Ela, sentindo-se no colo de Chico, começou a se agitar e a lambê-lo.
- Ah Boneca, estou cheio de pulgas! disse Chico.
A filhotinha começou então a caçar-lhe as pulgas e parte dos presentes, que conheceram a Boneca, exclamaram: “Chico, a Boneca está aqui, é a Boneca, Chico!”
Emocionados perguntamos como isso poderia acontecer. O Chico respondeu:
- Quando nós amamos o nosso animal e dedicamos a ele sentimentos sinceros, ao partir, os espíritos amigos o trazem de volta para que não sintamos sua falta.
É, Boneca está aqui, sim e ela está ensinando a esta filhota os hábitos que me eram agradáveis.
Nós seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos auxiliar.
Por isso, quem maltrata um animal é alguém que ainda não aprendeu a amar.
2 - Extraído do Livro: Mediunidade e Coração
Autor: Carlos A. Baccelli
De quando em vez, Chico nos fala dos animais.
Ficamos admirados do seu amor por tudo que se refira à Natureza, crescendo sempre mais o nosso respeito por esse espírito de escola...
Sem dúvida, é preciso ter-se uma sensibilidade muito grande para "dialogar" com os animais, sim, pois Chico "conversa" com os seus gatos, com o seu cachorro "Pretinho", com o seu coelho...Talvez muita gente vá pensar que estar envolvido com animais é falta de tempo, ou até mesmo desequilíbrio, mas não há o que estranhar, porque esses é quase certo que não amem nem os semelhantes...
Há algum tempo um confrade, veterinário, nos contou que Chico chorou feito criança abraçado a um gatinho de estimação que morrera envenenado. Foi o próprio Chico que nos contou o que se segue. A sua casa era freqüentada por um gato selvagem que não deixava ninguém se aproximar... Todos os dias o Chico colocava num pires alguma alimentação para ele.
Numa noite, quando retornava de uma das reuniões, um amigo avisou que o gato estava morrendo estendido no quintal.
Babava muito, mas ainda mantinha a cabeça firme em atitude de defesa contra quem se aproximasse. O Chico ficou bastante penalizado, pensando que ele poderia estar envenenado. O amigo explicou que horas antes o vira brincando com uma aranha e que, provavelmente, ele a engolira.
E sugeriu que o Chico transmitisse um passe no felino...O gato, apesar de agonizante, estava agressivo. Ficando à meia distância, o nosso querido amigo começou a conversar com ele...- Olha - falou o Chico - você está morrendo. O nosso amigo pediu um passe e eu, com a permissão de Jesus, vou transmitir... Mas você tem que colaborar, pois está muito doente... Em nome de Jesus, você fique calmo e abaixe a cabeça, porque quando a gente fala no nome do Senhor é preciso muito respeito...
O gato teve, então, uma reação surpreendente. Esticou-se todo no chão, permaneceu quieto até que o Chico terminasse o passe...Depois, tomando-o no colo, esse admirável medianeiro do Senhor pediu que se trouxesse leite e, com um conta-gotas, colocou o alimento na sua boca...O gato tornou-se um grande amigo e ganhou até nome.
3 - Extraído do livro: O Homem, o médium, o missionário
Autor: Antonio Matte Noroefé
Chico Xavier tinha uma singular estima pelos animais; aqueles que freqüentavam seu modesto lar sabem que o médium vivia cercado por algum animal doméstico.
Chico tinha um cão que atendia pelo nome de Lorde, o qual conhecia as pessoas que visitavam seu dono, quais eram as amigas, as curiosas e as maliciosas.
Palavras de Chico Xavier
- Senti-lhe, sobremodo, a morte.
Fez-me grande falta.
Era meu inseparável companheiro de oração.
Toda manhã e à noite, em determinada hora, dirigia-me ao quarto para orar.
Lorde chegava logo em seguida.
Punha as patas sobre a cama, abaixava a cabeça e ficava assim em atitude de recolhimento orando comigo.
Quando eu acabava, ele também acabava e ia deitar-se a um canto do quarto.
Em minhas preces mais sentidas, Lorde levantava a cabeça e enviava-me seus olhos meigos, compreensivos, às vezes cheios de lágrimas, como a dizer que me conhecia o íntimo, ligando-se ao meu coração.
Desencarnou.
Enterrei-o no quintal lá de casa..."
Um dia certo visitante lhe pergunta se animais têm alma, Chico responde, rápido: "- Ah! sim, os animais têm alma e valem pelos melhores amigos..."
Possuímos provas pessoais destas verdades, querido Irmão Chico!...