Fonte: Para alem do agora - Por: Por Isaias Costa

Eu acredito em milagre e quero compartilhar um belíssimo texto de autoria do escritor, jornalista e radialista Flávio Siqueira que fala sobre isso.

A cada dia, mais eu percebo o quanto essas palavras são verdadeiras. Precisamos entender que milagre não é fazer algo sobre-humano, mas viver a vida com plenitude, alegria e dando o melhor de si mesmo.

“Você quer um milagre? Seja o milagre…“.

Eu acredito em milagre. Aliás, os vejo todos os dias, o tempo todo.
Quando saio da cama e olho pela janela, tudo escuro, o som dos pássaros que acordam a brisa gelada da manhã.

Só o milagre explica a sensação de fechar os olhos e sentir o mundo inteiro pulsando dentro de mim, o universo que vive em minha mente, as possibilidades e variações que existem em cada movimento.

Eu acredito em milagre. Quando vejo meu filho crescendo, quando sinto amor e vontade de ser alguém melhor, quando enxergo meus limites e tento superá-los na minha eterna luta por ser mais do que a média convenciona que é bom.

Acredito no milagre contínuo, presente, natural, que está no que chamo de simples e, talvez por isso, nem sempre enxergo.

O milagre mora em mim. Sou um milagre quando vejo, sinto, me movimento, falo. Quando, falho, finito, boneco de carne que sou me deparo com uma chama que me transcende, não se prende ao tempo ou ao espaço e que mora dentro de mim, dizendo o tempo todo que sou mais do que um esqueleto que sustenta um monte de órgãos, carne e sangue.

Milagre não é o espetáculo. Sagrado não é o que a gente determina.

O milagre está em mim, está em nós, sempre, cedinho, nos primeiros movimentos da manhã e no ultimo suspiro do anoitecer, continuamente e a gente nem vê.

O milagre é natural e irrestrito. O Sagrado está em todo o lugar.
Acredito no milagre da vida, esse breve lapso de existência que caminha para o apodrecimento do corpo, mas que não me cessa, não me prende, nem me convence que um dia terminará.

Só o milagre explica o jeito que, apesar dos pesares, sou remetido dia e noite para um lugar onde não caibo, mas que estranhamente cabe dentro de mim.

Hoje sei que não há sequer um momento em que a vida deixa se movimentar, criando um fluxo que me traz de volta a mim mesmo. Como o corpo que se cura depois de um corte, a natureza que renasce depois do incêndio, o fluxo natural é sempre ao encontro de nossa essência, na regeneração de nossa consciência.

Quanto a mim, apenas enxergo. Esse é meu único papel: Abrir os olhos, desintoxicar os sentidos, alimentando a percepção que me traz de volta para casa, lembrando dia e noite que o milagre está em mim, que o milagre sou eu.


A vida de Chico Xavier

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