Fonte: Rooseveltat - Por: Rooselvet Tiago

A Doutrina Espírita, quando bem estudada, provoca o entendimento de que todos somos preparados para a independência espiritual, e dessa forma, não tem a finalidade de resolver os problemas das pessoas, mas confere a cada um, as bases para a compreensão das situações que o envolvem.

Com relação aos casos de perturbação espiritual, onde somos envolvidos por influências dos Espíritos perversos, algumas observações merecem especial atenção.

Geralmente, diante dessas situações, nos sentimos como vítimas dos seres invisíveis, no entanto, não somos tão inocentes assim, afinal, esses Espíritos são, na maioria das vezes, convidados daqueles que sofrem as perturbações.

Estes Espíritos desprovidos de paz, sentem-se atraídos pelas nossas emanações mentais, como aprendemos em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo Coletâneas de preces II – Para Afastar Os Maus Espíritos, no item 16 – Prefácio “Os maus Espíritos só estão aonde podem satisfazer a sua perversidade. Para afastá-los, não basta pedir, nem mesmo ordenar que se retirem: é necessário eliminar em nós aquilo que os atrai. Os Espíritos maus descobrem as chagas da alma, como as moscas descobrem as do corpo. Assim, pois, como limpais o corpo para evitar as bicheiras, limpai também a alma das suas impurezas, para evitar as obsessões. Como vivemos num mundo em que os maus Espíritos pululam, as boas qualidades do coração nem sempre nos livram das suas tentativas, mas nos dão a força necessária para resistir-lhes”.

Das afirmações acima, destacamos “só estão aonde podem satisfazer a sua perversidade”, ou seja, apenas ficam onde encontram ambiente propício para produzir o mal que trazem em si. Desta forma, são nossas imperfeições morais que os atraem e mantém próximos de nós.

Todo pensamento e atitude de agressão, violência, egoísmo, maledicência e de irritabilidade, proporciona a nossa ligação com Espíritos infelizes e que passam a comungar das nossas emoções e sentimentos. Mas é justamente isso que fazem deles, não intrusos, mas sim, convidados.

Na sequencia da análise do texto acima, está a base de todo processo de desobsessão e de edificação moral, quando lemos: “é necessário eliminar em nós aquilo que os atrai”, colocando novamente em nossas mãos, o processo de cura ou de restabelecimento do equilíbrio emocional.

São as nossas imperfeições morais, que nos mantém cativos dos Espíritos perversos e mergulhados em dores e sofrimentos. Assim, a questão não é afastá-los, mas sim, parar de atraí-los. Quando renovamos o nosso mundo mental, com pensamentos nobres, atitudes retas e oração, deixamos de atrair e começamos a repeli-los. Paramos de representar uma zona confortável para as suas manifestações, simplesmente mudando nossa polaridade mental. É desta forma que, para o êxito de qualquer processo de reabilitação psicológica e espiritual, a cura sempre encontra-se nas mãos do doente.

Cada sentimento negativo eliminado ou vencido, representa um ponto a menos de fixação com entidades mesquinhas e infelizes. Da mesma forma, cada virtude adquirida, se transforma em luz a iluminar o próprio caminho, dissipando a escuridão da própria alma. A única maneira de livrar-se do mal é abraçar, sem restrições, as propostas do bem.