Por: Eduardo Rossatto

Aos olhos físicos, tudo é sofrimento. Para alguns, castigo de Deus; para outros, um grande enigma. Afinal, por que Deus permite o sofrimento, a fome, tragédias e doenças?

A nossa cegueira espiritual não consegue enxergar além da matéria, razão pela qual os homens questionam a Espiritualidade Superior. Allan Kardec também questionou, a fim de esclarecimentos, e a resposta do benfeitor na questão 123 do "Livro dos Espíritos" foi a seguinte: "Como ousa pedir contas a Deus de seus atos?"

Pois Deus sabe o que faz. Assim como soube muito bem quando permitiu que aquela mulher reencarnasse sem poder gerar um filho, de forma a conscientizá-la de alguma falta anterior, aborto ou a negligência de seus filhos em existências pretéritas.

Ele também agiu corretamente quando aceitou o pedido pessoal de Chico Xavier, antes de encarnar, para que nascesse "feio, desagradável aos olhos femininos" para que a beleza não lhe fosse uma tentação ou distração que pudesse comprometer a sua missão.

Se tudo tem uma razão de ser, então essa razão vem de Deus, que permite flagelos destruidores, calamidades ambientais, para que a humanidade avance mais depressa, forçando o progresso dos povos atingidos. Foi preciso, por exemplo, o incêndio no Joelma para as autoridades criar a lei de obrigatoriedade do uso de extintores e de escadas de incêndio.

Se Deus permitiu a morte de uma criança, os pais devem se conformar. A morte prematura é sempre o cumprimento de tempo de vida que faltava, talvez devido ao suicídio, ou então para despertar nos pais dessa criança o interesse pelos propósitos nobres da vida. O sofrimento de perder um filho sempre desencadeia mudanças significativas em termos de evolução espiritual.

Deus também sabe porque a chuva cai, ainda que pelo descaso dos homens, possa alagar e causar estragos. Mas é a chuva que limpa a atmosfera de miasmas, preenche os reservatórios de água e irriga as plantações.

Pois nós podemos não ver utilidade da dor, mas é preciso se elevar e enxergar tudo sob a perspectiva do Alto. Não foi à toa que o espírito reencarna sem se lembrar de suas vidas passadas. Já imaginou se ele pudesse se lembrar de todo o mal que cometeu? Como lidaria com as pessoas que hoje convive, mas que ontem fora o responsável por tanto sofrimento? Como entender o drama da médium Yvonne do Amaral Pereira, sem questionar a Deus se ele sabia do quanto Yvonne sofreria em sua mais recente encarnação: pobre, morando de favor, solitária? Será que foi uma maneira que ela própria achou, apoiada por Deus, para assim valorizar o que ela desprezou em sua encarnação anterior, quando feliz e com filhos, desprezou a felicidade que possuía e se suicidou no Rio Tejo?

Deus sabe o que faz. Para nós, ainda tão pequenos, é difícil compreender. Mas é preciso enxergar com os olhos espirituais, pois as aparências sob o olhar físico enganam.

Tudo tem uma razão de ser. E se Deus é justo, a razão do sofrimento haverá de ser igualmente justa.


A vida de Chico Xavier

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