Por: André Afonso Monteiro - Artigo do Jornal: Jornal Junho 2017

“Não desprezeis nenhum desses pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus veem continuamente a face de meu Pai que está nos céus”. (Mateus 18, 10,11)

O leitor amigo deve estar se perguntando qual a ligação desta passagem com o título do artigo. Na verdade, colocamo-la de forma solta apenas para retratar talvez a única vez em que o Doce Rabi da Galileia tenha se referido que nós, reencarnados, possuímos anjos guardiães que velam por nós do mundo espiritual. Nas entrelinhas fica claro que os anjos são prepostos de Deus, uma vez que “face” é uma expressão bíblica que indica a presença dos cortesãos diante de seu soberano, segundo a Bíblia de Jerusalém. Então, nossa pretensão tão somente é a de fundamentar nosso estudo com as palavras do Mestre.

A Influência dos Espíritos em Nossa Vida
Em o capítulo IX de O Livros dos Espíritos, Allan Kardec indaga os benfeitores espirituais sobre o conhecimento e a influência que os desencarnados exercem sobre nós (questões 456 e seguintes). Os benfeitores informam que os espíritos desencarnados a tudo veem e conhecem (inclusive os nossos mais secretos pensamentos) de acordo com o seu interesse sobre nós, e que de ordinário são eles que nos dirigem.

Nas questões 489 e seguintes de O Livro dos Espíritos, o insigne codificador indaga se existem espíritos que nos protegem, recebendo como respostas que temos irmãos espirituais, protetores de ordem elevada, que têm como missão nos conduzir ao bom caminho, nos aconselhando, consolando nas nossas aflições e sustentado nossa coragem nas provas da vida e nos acompanhando até depois da desencarnação. Estas informações são determinantes e vitais, diante das dificuldades em função do nosso conjunto de provas e expiações.

Na elaboração de nossa programação reencarnatória, estes benfeitores nos auxiliam nas escolhas das nossas experiências no corpo físico, ponderando-as para que não venhamos a falir diante das tentações. Em o livro Ação e Reação, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito André Luiz, no capítulo 13, intitulado Débito Estacionário, o instrutor espiritual Silas narra o caso de Poliana e Sabino, ambos tutelados da Mansão Paz, instituição onde André Luiz e Hilário desenvolvem seus apontamentos.

Antigos comparsas de débitos em face da Lei Divina em reencarnações pretéritas, estão reunidos novamente no vaso físico, agora como mãe e filho. Poliana já devidamente arrependida e despertada para novas atitudes morais escolhe uma reencarnação de expiação e sacrifícios em prol de seu soerguimento espiritual. Sabino ainda não despertou completamente, tendo apresentado pequeno lampejo para buscar Deus em momento único de arrependimento.

Estamos Sempre Recebendo o Auxílio Espiritual
Os instrutores são interpelados por assistente que narra o desequilíbrio orgânico da assistida e a necessidade de auxílio para que ela não desencarnasse ante o peso da prova. Na narrativa vamos encontrar nossos personagens reencarnados em longínqua região rural do interior. Sabino como anão, paralítico e completamente dementado. Poliana é sua mãe e sofre de padecimentos físicos agravados pela aflição da falta de recursos. Silas, o instrutor, verifica a necessidade de medicação imediata, relança o olhar pela “choça desguarnecida” e nada encontra além de “velho cântaro” que guardava pequena porção d’água. Administra recursos fluídicos à agua, transformando-a em medicamento e aplica passes na glote da reencarnada com o fim de que ela sorvesse o remédio em forma de água. Assim ocorreu e Poliana acorda e ingere a água e se acalma.

A mesma se desdobra momentaneamente do vaso físico revigorada, porém, sem notar a presença dos instrutores. É levada à floresta próxima e ali Silas efetua prece comovedora conforme anotação de André Luiz: “A voz de Silas, tocada de profunda fé, arrebatava-nos ao pranto insofreável”. Como resposta do alto, cinco benfeitores de pontos diferentes do Espaço chegam em rápidos minutos manuseando energias imponderáveis da Natureza associadas aos fluidos de plantas medicinais e ministradas à enferma, que as inalava em longos sorvos. Narra André Luiz em lágrimas, que em breve tempo Poliana estava refeita, pronta para retornar ao envoltório físico. Avisa Silas que na manhã seguinte os companheiros espirituais influenciariam samaritano da redondeza para levar o socorro material à dupla. É assim, amigo leitor, que a Providência Divina funciona em nosso socorro.

Muitas vezes nos achamos sozinhos do ponto de vista material e espiritual. Sem amigos e sem anjo da guarda, ou então, injustiçados pela Lei Divina. Entretanto todos nós somos resultados de nós mesmos, de erros desta ou de outra vida, tendo a oportunidade de corrigir estes erros com todo o amparo e socorro dos nossos anjos guardiães, mesmo que em muitas vezes não reconhecemos este amparo.

Notas bibliográficas
- Luiz, André (Espírito). Ação e Reação; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 30. ed. – 2. Imp. – Rio de Janeiro: FEB, 2013.

- Kardec, Allan, 1804-1869. O Livro dos Espíritos/ Allan Kardec; tradução de Albertina Escudeiro Sêco. – 5. ed. – Rio de Janeiro: CELD, 2011.

- Bíblia de Jerusalém, Nova Edição Revista e Ampliada. – 1 ed. 1 reeimp. – São Paulo: Paulus, 2013.

 


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