Fonte: Guardiões da Humanidade - Por: Dr. Alexandre Serafim

Após muitos anos acompanhando pacientes e frequentando casas espíritas, percebi, entre as pessoas que procuram tratamentos espirituais, certo nível de desespero, misturado a ansiedade e desesperança.

Procuram o meio espírita como a última solução para suas doenças físicas e aflições.

Isso assusta um pouco, mas também serve de alerta, pois são milhares de pessoas que tentam de todos as formas aliviar seus sofrimentos. Não que seja errado; toda e qualquer alternativa na busca de alívio ou cura momentânea deve ser tentada quando os meios médicos convencionais já não dão mais esperanças. O que questiono é a forma como o processo ocorre, indicando pouco entendimento ou compreensão sobre as verdadeiras situações espirituais nas quais estamos envolvidos, ainda com o agravante de se confundir terapia espiritual com cura espiritual. Confusão essa não apenas para quem procura, mas também para quem oferece essa ajuda.

Vamos tentar esclarecer. Terapias ou tratamentos se caracterizam por uma prática ou um conjunto de práticas que visam ao equilíbrio orgânico e/ou mental, também denominado homeostase. Podem ocorrer pela medicina tradicional com ou sem auxílio de terapias complementares. As terapias espirituais caracterizam-se como complementares, mediante passes, magnetismo, água fluidificada, preces ou as denominadas cirurgias espirituais com ou sem incisões na pele.

Essas técnicas, quando bem conduzidas por pessoas ou médiuns capazes e bem-treinados, em ambientes previamente preparados, podem ser importantes como auxílio aos tratamentos médicos convencionais, dependendo do merecimento de cada um, de acordo com a Lei de Causa e Efeito. Aliando-as a mudanças de hábitos e comportamentos, o assistido poderá ter alívio do seu sofrimento ou até ficar livre da moléstia que o incomoda. Agora, a cura… depende de muitas variáveis.

Percebo que, assim como nos ambulatórios médicos, as casas espíritas que oferecem tratamentos espirituais continuam com as salas de espera cheias. Ou seja, realmente estamos curando?

Quando um indivíduo vem desenganado da cura do seu câncer pelas vias médicas convencionais, procura um tratamento espiritual e o câncer desaparece, podemos dizer que ele se curou do câncer, mas não que está curado. Isso porque a cura real vai muito além da extirpação de um câncer. Está diretamente ligada à reforma íntima, ao conhecimento profundo das nossas mazelas.

Para tanto, é preciso retirar os véus do orgulho e da vaidade e enxergar o nosso verdadeiro eu. Isso geralmente dói mais que um câncer, pois é a dor da alma. É por essa dificuldade que continuamos adoecendo. Aliviamos um sofrimento pelo tratamento espiritual, mas logo virá outro para nos lembrar de que ainda não nos curamos.

A verdadeira terapia espiritual que poderá levar à cura é o entendimento da doutrina que o Evangelho do Cristo nos traz. É o seu conhecimento gradativo, em doses quase homeopáticas, que nos desperta gradualmente para as realidades que deixamos de lado pelas nossas conveniências. O Evangelho estabelece, ao longo do tempo, o equilíbrio pretendido, sem desesperos ou imediatismos. Livra-nos da ansiedade e do jugo próprio, que apenas desestabilizam nosso padrão vibratório, gerando com o tempo o desequilíbrio orgânico e, consequentemente, doenças, dor e sofrimento.

Caso tivesse que receitar algum tratamento espiritual, prescreveria a leitura, o estudo e a aceitação das orientações do Evangelho. É um verdadeiro tratado de cura, disponível para quem quiser e a um baixo custo, basta apenas a prática do amor e da caridade.

Livrar-se do ciclo “nascer, viver, adoecer, morrer e renascer novamente” depende de cada um. Evolução e libertação são processos individuais; ninguém poderá obtê-los por você!

Ser feliz não é uma dádiva, é uma conquista.


A vida de Chico Xavier

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