Fonte:  Rede amigo espírita - Por: Gilberto Schoereder e Rosana Felipozzi

A marca negativa deixada por alguns personagens na história da humanidade foi de tal natureza que desperta nossa curiosiedade. Qual seria a situação de pessoas como Hitler após o desencarne?

Para ORSON PETER CARRARA, a situação espiritual de Hitler é a de um espírito equivocado e que, agora, deve reparar os males que causou. “Não lhe falta misericórdia”, diz Orson, “está amparado, embora tenha de enfrentar as consequências de suas próprias precipitações”.

Francisco Aranda Gabilan lembra, antes de qualquer coisa, a questão 745 de O Livro dos Espíritos:“Que se deve pensar daquele que suscita a guerra para proveito seu? Resposta dos Espíritos: Grande culpado é esse e muitas existências lhe serão necessárias para expiar todos os assassínios de que haja sido causa, porquanto responderá por todos os homens cuja morte tenha causado para satisfazer à sua ambição”.

“Para podermos apenas supor onde possam estar criaturas como Hitler”, diz Gabilan, “entendemos que será necessário aplicar a lógica da afirmativa seguinte: Se quisermos saber quem somos hoje, será preciso pesquisar nosso ontem; se quisermos saber quem seremos amanhã, será preciso analisar o nosso hoje”.Uma pergunta que se faz necessária num caso como o que analisamos aqui é, segundo Gabilan: o que fez um espírito para encarnar com a crueldade de Hitler ou Stalin?

Sabe-se que alguns espíritos demoram a se arrepender de sua crueldade e, tendo livre-arbítrio, reincidem-nos mesmos erros de outras encarnações.“Numa matéria espírita sem identificação de autor”, diz Gabilan, “há a seguinte afirmação, que bem se aplica à questão: ‘O que teriam feito em outras vidas para reencarnar desta forma? É difícil sondar o interior de uma pessoa e entender os mecanismos que a transformam em uma pessoa realmente cruel. Na maioria das vezes o seu próprio egoísmo, o desejo insaciável por poder, aliado a uma insensibilidade com relação ao sofrimento do próximo, pode transformar uma pessoa em um verdadeiro monstro.

Porém, é bom entender que eles não serão ETERNAMENTE assim. Não importa quanto demore, um dia cansarão do contínuo sofrimento que têm causado a si mesmos, rasgarão os véus das ilusões que alimentavam de poder e glória, e começarão a trilhar o longo percurso da reparação”’.

Uma curiosidade que tem a ver especificamente com Hitler foi levantada por Hermínio C. Miranda, em artigo publicado na revista O Reformador (março de 1976), com o título O Médium do Anticristo. Francisco Gabilan lembra o texto: “Após a sua desencarnação, em 1916, com 68 anos de idade, Von Moltke (que fora um general-chefe do Estado-Maior do kaiser). N.E.: (Trata-se de Helmut Johann Ludwig Von Moltke) passou a transmitir uma série de comunicações através da mediunidade de sua esposa, Eliza Von Moltke. Ah! Que documento notável deve ser esse!

Foi numa dessas mensagens que o Espírito do antigo Chefe do Estado-Maior informou que o Führer do Terceiro Reich seria Adolf Hitler, àquela época um obscuro e agitado político, aparentemente sem futuro. Foi também ele que, em Espírito, confirmou a antiga encarnação de Hitler como Landulf de Cápua, o terrível mágico medieval que vinha agora repetir, nos círculos mais fechados do Partido, os rituais de magia negra, cujo conhecimento trazia nos escaninhos da memória integral”. E conclui, após larga digressão histórica sobre o ditador:

“É certo que Hitler foi médium dedicado e desassombrado de tremendos poderes das trevas. “Esses irmãos desarvorados, que se demoram, por milênios sem conta, em caliginosas regiões do mundo espiritual, por cento não desistiram da aspiração de conquistar o mundo e expulsar a luz para sempre, se possível”.

O que Francisco Gabilan conclui disso tudo é que não é possível afirmar-se em que situação espiritual, e onde, se encontram no momento personalidades como Hitler, mas é possível supor, “com forte dose de certeza”, que a eles serão necessárias muitas existências para expiar todos os atos praticados, como resultado implacável da Lei de Ação e Reação. WAGNER BORGES diz que, em sua opinião, Hitler ainda está num plano espiritual pesado.

“Na verdade”, ele explica, “Hitler era uma marionete de entidades trevosas muito piores do que ele”. Ele era um “médium do mal”, e havia entidades pesadas que tinham como objetivo espalhar a destruição. Além do que, segundo Wagner, no staff nazista existiam pessoas ainda piores, como era o caso de Josef Mengele, conhecido como “o anjo da morte”.Assim, esses indivíduos, “quando desencarnaram e passaram para o lado de lá, foram para uma atmosfera desse tipo, porque eles já tinham isso dentro deles.

E ficaram estacionados nesse ambiente, onde a condição não é boa. E se o Hitler, aqui, parecia líder, do lado de lá ele não é líder de coisa alguma. Lá, ele é escravo. Essa é minha opinião. Para mim, Hitler está purgando uma situação. Eu não falo isso por julgamento, mas pelo que já percebi e pelo que pude fazer ao dar assistência a espíritos desencarnados, oriundos da Segunda Guerra Mundial. Algumas pessoas acreditam que ele já reencarnou num corpo deformado ou numa condição pesada”.Wagner diz que essa situação é meio demorada, de modo que tanto ele quanto as pessoas estiveram envolvidas com tudo o que aconteceu na guerra, não vão ter sua situação resolvida de um dia para outro.“Isso é muito complicado”, explica Wagner. “Nós temos, hoje, movimentos neonazistas, aquele que mantêm, aqui na Terra, esse ideal trevoso, talvez coligado com esses grupos espirituais no Umbral, e que se interligam mentalmente com jovens violentos, aqui no plano físico, para manter uma coisa dessas ainda acesas. Um espírito como o de Hitler leva tempo para reencarnar e, às vezes, vai reencarnar em outros lugares do universo, mais densos e atrasados, locais em que tudo aquilo que ele traz de agressividade pode ser diluído num meio agressivo.A questão do julgamento que possamos fazer desses espíritos e dessas situações, é importante, como lembra Wagner.

“Temos de ter cuidado com qualquer tipo de julgamento sobre qualquer coisa. Vai que a gente tem coisa pior em nossa vida, não é mesmo? E, se em nosso passado, fizemos pior, em outras vidas? E mais: mesmo que tenhamos feito coisas não tão legais, não podemos entrar em autoculpa e nem achar que somos pecadores, porque senão fica uma situação do tipo ‘nós viemos aqui para pagar’.

Não! Nós viemos aqui para criar e sermos felizes também”. HITLER, NAPOLEÃO e alguns outros homens que se destacaram como líderes de um país, de um povo, segundo a visão de José Sola, reencarnaram com uma tarefa definida; impulsionar a evolução desse país, desse povo, da humanidade. “Eram espíritos que, antes de reencarnar, traziam um conhecimento da verdade, tinham adquirido certa evolução, mas ainda guardavam, no âmago da alma, tendências do passado, tendências que teriam de combater, trabalhando pela evolução da humanidade.

Mas se deixaram envolver pelo meio ambiente, pelas paixões e convenções sociais, pela sede de poder, e fracassaram em sua tarefa”.Assim, se não fossem essas tendências viciosas do passado, eles não teriam sido envoltos pelo meio. “Ninguém dá aquilo que não tem”, explica Sola. “Se já tivessem superado essas tendências, não estariam submetidos ao meio em que viveram.

Se isso fosse possível, a lei divina perderia suas funções, e estaria submetida à casualidade”.Um espírito como Hitler, que fracassou na tarefa para a qual reencarnou, “depois do desencarne sofre amargamente as consequências de seus atos. Não são espíritos perversos; são espíritos que, por sua fraqueza, abriram campo para entidades endurecidas e más, para que elas praticassem as mais absurdas perversidades”.Sola também é daqueles que entende não ser possível determinar se Hitler, Napoleão e tantos outros que passaram por experiências semelhantes às deles, ainda estão sofrendo nas trevas ou se já conseguiram sair das regiões sombrias. “não é intenção de a lei divina castigar, punir”, ele diz “mas corrigir.

No entanto, mesmo que tenham se libertado das trevas, por um longo período vão carregar as anomalias que criaram para si mesmos ao terem se desarmonizado com os desígnios divinos do Criador”.Eles poderão obter a graça da reencarnar, desde que, no estado de sofrimento em que se encontram, viva um arrependimento sincero. Será uma reencarnação “vivendo dificuldades, dores, mas com a possibilidade bendita do trabalho”, diz Sola, “no intento de reconstruir aquilo que destruíram”. Ele faz uma analogia com alguém que deva certa quantia, está desempregado e não tem como pagar, mas pede clemência ao seu credor, solicitando que aguarde, pois vai arrumar um emprego e pagar parceladamente.

O credor, sendo humanitário, dá à pessoa a oportunidade. “Nosso início, a quitação dessas parcelas fica difícil, pois a remuneração é pequena, mas conforme o devedor se esforça no trabalho, cresce profissionalmente, aumenta sua remuneração, a parcela continua a mesma, ficando mais fácil ressarci-la, restando-lhe ainda a vantagem da evolução profissional”.“Deus é o credor da vida”, continua Sola. “Quando nos arrependemos e lhe pedimos perdão por nossos erros, desejando nos corrigir, ele nos oferece a oportunidade de nos rearmonizarmos com a Lei Divina, reencarnando com dificuldade, sofrendo dores, mas com a oportunidade do trabalho. Reencarnamos várias vezes no propósito de reconstruir aquilo que destruímos, de auxiliar aqueles a quem prejudicamos”.

Por outro lado, quando se mantêm revoltados contra a Lei Divina, julgando que sofrem imerecidamente, como acontece a muitos, então reencarnam com deficiências físicas. “Reencarnar como um deficiente não implica necessariamente que a pessoa tenha sido um rebelado, um endurecido, pois, às vezes, espíritos já esclarecidos pedem um corpo deficiente, pois as dificuldades e dores têm a função de acordar o espírito para a caminhada evolutiva; mas apenas acorda, pois o que faz o espírito evoluir é o trabalho construtivo no campo do bem”.

Assim, para José Sola é possível que personagens como Hitler e Napoleão estejam reencarnados, vivendo dificuldades, suportando dores e procurando construir algo de útil em favor da sociedade. “Evidentemente”, ele diz, “não seriam encargos de grande responsabilidade, pois não souberam aproveitar a benção divina, e é preciso recomeçar por baixo”.

 


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