Fonte: Letra Espírita - Por: Maria Thereza dos Santos Pereira

Quando conversamos com alguém que recentemente perdeu uma pessoa próxima, não raro dizem não esperar pelo falecimento dela, ainda que estivesse doente ou com idade avançada.

Situações em que acontece a morte trágica, por motivo grave e repentino, principalmente quando o desencarnado possui tenra idade, a surpresa demonstrada pelos entes encarnados é ainda maior, pois manifestam além de tristeza, inconformismo e revolta de maneira muito acentuada.

Ocorre que a morte trágica é acontecimento natural e não raro.

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a morte súbita é líder entre as causas de falecimento no país, sendo responsável por quase 30% (trinta por cento) de mortes no Brasil, superando a quantidade de óbitos por Aids, acidentes automobilísticos e homicídios (Revista Encontro, 2018), podendo todas as causas acima mencionadas estarem no rol de mortes trágicas.

Assim, como o nascimento, a morte trágica acontece quase todos os dias e, por isso, temos que nos preparar e encarar o desencarne dos espíritos como fenômenos naturais e corriqueiros.

Afinal, é necessário entender que aqueles que amamos e reencarnaram conosco, também fizeram suas escolhas antes de voltarem à Terra para inclusive desencarnar na forma que optaram, o que certamente foi imprescindível ao cumprimento da prova que precisavam nesta vida para evoluir.

Também é importante encarar como prova àqueles que ficam, porque todos queremos evoluir e, com este evento, podemos exercitar nosso amor ao próximo e respeito ao livre-arbítrio, emanando sempre boas vibrações de gratidão por mais uma oportunidade de evolução própria e força àquele que desencarnou seguir com sucesso sua jornada, ainda que não seja mais junto à nossa fisicamente.

Neste contexto, O Livro dos Espíritos, na pergunta 851, ensina que a fatalidade só existe no que diz respeito à escolha feita pelo Espírito que, ao encarnar, opta se submeter a esta ou aquela provação e, ao escolhê-la, traça para si mesmo uma espécie de destino, que é a própria consequência da posição que se encontra (KARDEC, 2019, p. 270).

Ainda, na pergunta 853 do mesmo livro, os espíritos revelam que não morreremos se a morte não tiver chegado, bem como, há milhares de exemplos disso, porém, quando chegar a hora da partida, nada poderá livrar o encarnado dela, pois Deus sabe com antecedência o motivo que partiu do mundo e muitas vezes o próprio espírito sabe, porque isso lhe foi revelado quando fez a escolha desta ou daquela existência (KARDEC, 2019, p. 271).

Obviamente estamos em grau evolutivo que ainda sofremos demasiadamente a ausência física de entes queridos e por vezes não sentimos sua presença no cotidiano em razão de padrão vibratório que nós mesmos nos colocamos de tristeza e pessimismo, ainda mais quando alguém parte repentinamente.

No entanto, não aceitar o ensinamento dos espíritos e revoltar-se contra Deus em razão de fatalidade, permite que menos consigamos sentir a presença do querido desencarnado emanando boas vibrações de luz e amor, que são muito sutis.

Pior que isso, pela tristeza e raiva podemos trazê-lo infeliz ao nosso lado pelo nosso sofrimento e transmiti-lo um sentimento de culpa por ter nos deixado que é incondizente com a escolha que fez para obter sucesso e evoluir.

Outrossim, a tristeza, a fúria e o inconformismo pela morte trágica faz cair nosso padrão vibratório e atrair espíritos mais ligado à matéria, que menos conhece a verdade e tendem a utilizar esse campo vibratório negativo para influenciar a pessoa revoltada à adquirir vícios, atender vinganças e interesses próprios contrários ao amor, luz e caridade por puro oportunismos.

Todavia, não é demais ressaltar que os espíritos nesta condição têm apenas o condão de nos influenciar enquanto encarnados, pois todos precisam respeitar nosso livre-arbítrio e sempre podemos escolher o que fazer, e que seja o caminho do bem!

Como queremos o melhor àquele que falece, devemos sempre optar por ajudá-lo, vibrando positivamente para que a espiritualidade esteja em sua transformação no seu apoio integral para que tenha êxito no procedimento de desencarne que naturalmente é mais abrupto no caso de morte trágica.

Portanto, se recentemente perdeu alguém de forma grave e repentina, aproveite para se melhorar, vibrando positivamente em favor do próximo e por si mesmo pela oportunidade de crescimento e renovação da fé. Ademais, ame mais aqueles que ficaram agradecendo pela presença deles em sua vida terrena enquanto Deus e eles próprios permitem!

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Referências:

KARDEC, Allan; Tradução de Matheus Rodrigues Camargo. O Livro dos Espíritos. 24ª reimp. São Paulo: Editora EME, 2019.

REVISTA ENCONTRO. 2018. Morte súbita preocupa no Brasil. Disponível em: https://www.revistaencontro.com.br/canal/atualidades/2018/07/morte-subita-preocupa-no-brasil.html , acesso em: 29/09/2019.


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