Fonte: Jornal de Jundiaí - Por: Vania Mugnato de Vasconcelos - Imagem: Pexels
Não é raro ouvir de espíritas e religiosos não espíritas, quão negativo é o ambiente astral durante o Carnaval, fazendo com que alguns destes julguem quem aprecia a grande festa. Afinal, pensam, há abuso de bebidas, drogas, irresponsabilidade no trânsito, desregramentos no uso das forças sexuais e muitas outras, realmente causando repercussões de ordem material, física, moral e, porque não dizer, espirituais.
Todavia, seríamos ingênuos se imaginássemos que a força das coisas se limita ao mal que existe em determinados momentos e situações, assim como pensar que seríamos submetidos de forma involuntária a essas questões espiritualmente negativas, como vítimas inocentes. É preciso compreender melhor.
O Espiritismo esclarece que é pela afinidade, pela sintonia, que nos vinculamos energeticamente a outros seres, estejam encarnados (“vivos”) ou desencarnados (“mortos”). Sendo isso um fato incontestável para os espíritas, natural imaginar que uma pessoa problemática em determinada área estará em sintonia com semelhantes, tanto residentes do lado de cá quanto de lá da vida, pois a morte não modifica miraculosamente o caráter de ninguém.
Para quem duvida do alerta espírita de que estamos sempre em sintonia com os afins, lembramos que na própria bíblia, em Hebreus, cap. 12, 1, se diz “Portanto, também nós, considerando que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, desembaracemo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve (…)”. Sem dúvida, nunca estamos sozinhos!
Desse modo, o importante nessa época é alertar não contra a festa propriamente dita, mas contra a postura insensata, desequilibrada, inconsequente. A alegria, a música, a reunião de pessoas que compartilham momentos, a dança, nada disso por si só causa ou atrai o mal. O mal é atraído pelos pensamentos de luxúria, pelos atos irresponsáveis dos quais nos envergonharemos amanhã, pelas ações cujas consequências nos causarão sofrimentos e culpas.
O Carnaval pode ser uma festa bonita para quem tem alma vigilante e sintonia superior. Mas, pode ser a porta para futuras dores quando a pessoa esquece de respeitar-se e ao próximo, pois de forma alguma escaparemos da lei de causa e efeito que ativamos ao utilizarmos nosso livre-arbítrio.
Por isso, pule, cante, ria, alegre-se. Mas faça isso na presença de Deus.
VANIA MUGNATO DE VASCONCELOS é advogada, articulista e palestrante espírita.