Por: Vania Mugnato de Vasconcelos - Imagem: Pixabay

O mundo convulsiona pelo medo, mais que reage pela prevenção. O medo enfraquece e ajuda a adoecer, enquanto a prevenção é força e forma de impedir o mal de estender suas garras sobre todos. Não falo especificamente do vírus que se tornou o assunto incansável e necessário, manifesto-me de modo geral. As pessoas comumente temem o desconhecido e se desesperam com o que acham que não podem controlar. Por seu impacto um vírus novo causa pânico, enquanto a fome, por exemplo, mata 1 pessoa a cada 5 segundos e não apavora tanto, porque, talvez, ela não seja anunciada ou por não serem todos potenciais vítimas dela.

Quando um vírus é transmitido de forma tão fácil e célere como estamos observando acontecer, vemos quem acredita de verdade no Deus que diz crer, quem confia realmente que a vida continua como diz confiar, quem ama incondicionalmente como alega amar. É na presença de um forte risco que se torna próximo, quase palpável, que vemos as imperfeições e as virtudes próprias e de terceiros, que conhecemos na prática os valores morais, que assistimos quem deixa o egoísmo estocar o que a outros faltará.

O pânico é mau conselheiro. A bondade deve ser inteligente e sóbria. Quantas pessoas continuam compartilhando medicações caseiras sem fundamento científico ou enviando fakes news que repetem as mesmas dezenas de mensagens enviadas um minuto antes por outros tantos! É mais fácil clicar em compartilhar do que entrar num site do governo para conferir informações e contribuir com a multiplicação da verdade. Isso, meus caros, não é caridade e não tranquiliza ninguém.

Claro que devemos cuidar da vida, preservá-la, protegê-la, mas é necessário agir com inteligência e bondade. Confiar em Deus não significa que devemos seguir sem mudar de conduta, confiar na vida após a morte não implica em deixar-se morrer simplesmente, distribuindo irresponsabilidade e risco. “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma”, disse o apóstolo Tiago, amor sem obras é apenas teoria.

O que digo serve para a realidade presente sim, do vírus que, a depender da pessoa, pode ser um incomodo ou a morte, mas vale também para todos os momentos em que a dificuldade bate à porta. Não sou exemplo nem modelo de ninguém, mas sigo a vida pensando que minhas ações impactam nos outros, então aplico higiene redobrada, cuidados multiplicados na circulação e foco em praticar mais, muito mais amor.