Fonte: Correio Espírita - Por: Djalma Santos

"E os que gozam na vida física uma felicidade aparente, principalmente no campo da sensualidade, em que pesem aos vícios, desejos, paixões e inutilidade, vão pagar muito mais caro em ulteriores existências".
(Allan Kardec, O Céu e o Inferno - 1ª Parte, Cap VII, item 28)

O problema do sexo na vida humana vem sendo estudado pelo homem terrestre há muitos milênios, mas apesar dos avanços conquistados em relação à união dos seres humanos, ainda hoje não temos uma diretriz segura, eficaz e correta que possa inibir, de uma maneira humana e social, os desvios de comportamento, que ornamentam essa atividade tão necessária ao prosseguimento da vida e, ao mesmo tempo, tão denegrida pelos seres humanos, que em síntese, só conseguem pensar no sexo como forma de prazer imediato, sem nenhuma responsabilidade, mesmo que o desregramento possa ferir pessoas, iludir, seduzir e magoar, numa ação nefasta que se assemelha a um caminhão ladeira abaixo sem freios, atropelando todo o mundo, e deixando marcas indeléveis na retaguarda da vida.

A sexualidade e a mente humana correspondem às mais divinas expressões e características do ser humano, em experiência nesse planeta tão conturbado pelos vícios, desejos e paixões; e o sexo, quando mal direcionado e mal utilizado, deixa de ser uma fonte de ação divina criadora, e passa a perturbar a área psíquica do ser humano com ações distintas no campo do relacionamento entre pessoas, e certamente age nas entranhas das potencialidades do espírito imortal, atuando nos imensuráveis domínios da forma física, provocando endividamento do espírito em experiência na Terra; mas, quando bem utilizado, com respeito e responsabilidade, dentro das regras que a própria energia apresenta, o sexo garante e renova a vivência dos seres, nos quais se revelam e se acrisolam as essências, dentro dos longos períodos dos planos evolutivos, a que todos nós estamos subjugados pela Lei das reencarnações sucessivas.

A mente imortal é a diretriz espiritual do ser humano, e é ela que comanda a energia da sexualidade, carregando e direcionando, os recursos do sexo para os campos eletromagnéticos do corpo físico, provocando a atração e a afinidade, proporcionando prazer e alegria, elaborando, através do pensamento contínuo, uma visão clara e dominante no campo dos sentimentos, no qual estão incluídas as necessidades do sexo, que, no entanto, no homem ou na mulher, não se mostra diferente, e sim, de maneira singular em relação à sensibilidade.

Através de repetições incessantes e gradativas, o homem terrestre consegue, com o tempo, desenvolver novos métodos de apuração e de instinto, fazendo com que o sexo consiga sair do primitivismo e evoluir para o amor; depurando aos poucos, e com muito sofrimento, as necessidades da libido; dentro da crisálida das experiências sublimes na área da sexualidade.

O livre-arbítrio é também comandado pela mente humana, que estrutura o corpo espiritual (perispírito) que, por sua vez, deságua no corpo físico (que em síntese é uma exsudação do perispírito, cada vez mais sutil e mais rarefeito no íntimo de sua matéria constitutiva, enquanto o sexo canaliza as forças de impulsos, erigindo na maternidade e na paternidade os sublimes altares do sentimento enobrecido). A palavra de ordem no campo da sexualidade é responsabilidade, e enquanto o ser humano não compreender isso, andará às apalpadelas, sem rumo, sem destino e sem rota, a caminho do desastre físico e espiritual.

Por outro lado, devemos reconhecer que a sexualidade é temporária e reflete apenas os desejos da mente humana, que é eterna, e quanto mais experiências nobres ela tiver no campo da sexualidade, mais se sentirá fortalecida, e mais se expandirá, absorvendo as aquisições sublimadas no campo da carne e do espírito, com os recursos infindáveis que o sexo oferece, a todos aqueles que o dignificam.

Depois de decorridos milênios, o nosso livre-arbítrio se torna responsável, passando de liberdade de escolher para a capacidade de escolher, dando-nos a argúcia de escolher melhor as coisas, inclusive o sexo, que é apenas uma energia igual a todas as outras formas de energia que circulam ao nosso redor. O diferencial do sexo está na forma como o praticamos, utilizando suas ondas eletromagnéticas do amor, que depura e diviniza os mundos e os seres humanos, construídos e acalentados pela mente divina.

Os sofrimentos, dores e aflições, provocados pela utilização errônea da sexualidade, são por demais conhecidas do homem terrestre, mas, no entanto, mesmo conhecendo todos os obstáculos que o sexo apresenta, o homem não pode descartar o uso dessa energia, como se fosse algo ruim, que só consegue provocar tragédias, mas deve encarar a sexualidade com responsabilidade, não desejando nunca magoar o parceiro ou a parceira, pois mesmo que na Terra não receba nenhuma punição, do outro lado da vida o resgate é certeiro. Segundo o líder espiritual Emannuel, no livro Fonte Viva, "ninguém consegue lesar aos outros, sem lesar antes a si mesmo", tornando a vida no além muito difícil para quem atravessar as águas enigmáticas do rio da morte com pendências no campo da sexualidade.


A vida de Chico Xavier

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