Fonte: A Casa do EspiritismoPor: Cilene Pereira - Colaborou Mônica Tarantino 

Alegria, raiva, tristeza, ansiedade, paixão. A ciência começa a explicar como os sentimentos podem proteger ou piorar a saúde cardíaca

O coração é o símbolo das emoções. É como se todos os nossos sentimentos por ele passassem e nele deixassem suas marcas, as boas e as ruins. Milenar, essa concepção tem servido de matéria-prima para os poetas ao longo da história.

Agora, a ciência está mostrando que a influência das emoções sobre o coração vai muito além da beleza da poesia. Novas pesquisas começam a revelar que amor, raiva, alegria, irritação, tristeza e toda a vasta gama de sentimentos experimentada pelo ser humano promovem modificações orgânicas de tal dimensão que podem contribuir de maneira decisiva para o vigor ou a falência do órgão.

Pela primeira vez, essas descobertas dão as pistas do real peso das emoções sobre a saúde cardíaca. E forma-se pelo mundo uma corrente de especialistas que defende a inclusão de sentimentos como ansiedade e depressão na lista dos fatores de risco para males cardiovasculares. Eles estariam ao lado do colesterol, da hipertensão, do sedentarismo e de outras ameaças conhecidas.

O risco da ansiedade
Empiricamente, médicos e cientistas intuíam, há décadas, que os sentimentos tinham um papel na manifestação das enfermidades cardíacas. Eles baseavam suas inferências nas observações que faziam da evolução dos pacientes, que podia ir melhor ou pior de acordo com o estado emocional. Há cerca de cinco anos, porém, começaram a surgir os primeiros estudos mais consistentes confirmando a associação entre a mente e o coração. Hoje, os trabalhos sobre o tema se multiplicaram e apresentam resultados tão coincidentes quanto preocupantes. Tome-se como exemplo os mais recentes. Na edição de janeiro do jornal do Colégio Americano de Cardiologia - uma das entidades mais importantes da área - está publicado um artigo revelando que a exposição crônica à ansiedade e aos outros sentimentos a ela conjugados, como o medo, eleva em 30% a 40% a chance de um indivíduo saudável sofrer um infarto. "O risco que constatamos diz respeito somente à ansiedade. Está além do que poderia ser explicado pela pressão arterial, obesidade, pelo fumo ou outros fatores", explicou à ISTOÉ Biing-Jiun Shen, coordenador do trabalho e professor de psicologia da University of Southern California, onde o estudo foi realizado. As conclusões foram baseadas em avaliações feitas em 735 homens saudáveis, acompanhados durante 12 anos.

Outros trabalhos intrigantes dizem respeito ao papel da depressão. Há três meses, médicos do departamento de psiquiatria da Universidade de Colúmbia (EUA) divulgaram estudo no qual mostram que a doença praticamente triplica o risco de morte após um infarto. E no início do mês, cientistas de instituições americanas reconhecidas mundialmente, como Universidade de Harvard, de Yale e da Clínica Mayo, publicaram um artigo no Journal of Affective Disorders revelando que os efeitos negativos da doença sobre o coração permanecem mesmo após cinco anos. "Achávamos que a influência era mais forte até os primeiros seis meses depois do infarto. Mas não foi isso o que descobrimos", explicou Robert Carney, professor da Universidade de Washington e líder do estudo.

As investigações sobre o impacto da presença concomitante de ansiedade e depressão são ainda mais assustadoras. É possível ter uma idéia de quanto essa combinação pode ser uma bomba para o coração a partir de trabalhos como o da Universidade de Montreal, no Canadá, publicado na edição de janeiro do Archives of General Psychiatry. Após entrevistar 804 portadores de doença coronariana sob controle, os cientistas verificaram que aqueles que se mostravam ansiosos e depressivos apresentavam o dobro de possibilidade de sofrer um novo infarto em comparação aos que não manifestavam as mesmas emoções. Mas há outros dados preocupantes na pesquisa. "Descobrimos também que os pacientes cardíacos são mais depressivos e ansiosos do que a população em geral", contou à ISTOÉ Nancy Frasure Smith, coordenadora do trabalho.

Do cérebro ao músculo cardíaco
Ao mesmo tempo que crescem as evidências da atuação dos sentimentos sobre o coração, aumentam as investigações para elucidar de que maneira eles interferem no mecanismo cardíaco. Trata-se de uma pesquisa refinada, que se vale das ainda não muito numerosas informações sobre como se dão as ligações entre o cérebro, onde os sentimentos são processados, e o coração. Por enquanto, o que se sabe é que as emoções, tanto as boas quanto as ruins, disparam no cérebro dois processos. "O primeiro é o envio de sinais elétricos ao músculo cardíaco, via sistema nervoso. Isso vai repercutir no ritmo dos batimentos", explica Ricardo Monezi, professor de fisiologia do comportamento da PUC/SP e pesquisador da Universidade Federal de São Paulo. "O segundo é a produção de uma cascata de substâncias químicas que terão impacto em várias estruturas do coração", afirma.

Embora os caminhos sejam os mesmos, as repercussões irão variar de acordo com a natureza da emoção. Até este momento, conhece-se mais o que ocorre quando elas são negativas. Irritação, mágoa e tristeza, por exemplo, causam a redução do calibre dos vasos sangüíneos, provocando a elevação da pressão arterial. Também há aumento da freqüência cardíaca. Só estes dois fatores já obrigam o músculo cardíaco a trabalhar mais. E se essa situação se torna crônica, o desgaste fica maior.

Síndrome do coração partido
Entretanto, há mais complicações que só agora começam a ser identificadas. Uma delas foi revelada há um mês por cientistas da Indiana University - Purdue University Indianapolis (EUA). Eles foram responsáveis por uma pesquisa que comprovou pela primeira vez que sentimentos de hostilidade e depressão aumentam a produção de duas substâncias inflamatórias, a interleucina-6 e a proteína C-reativa. Isso é péssimo para o coração. Hoje, a aterosclerose, doença caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura nas artérias, já é conceituada como uma enfermidade inflamatória. Isso porque se acredita que a inflamação tenha um papel-chave no desenvolvimento do problema. "Por isso, a circulação de grandes quantidades de substâncias inflamatórias contribui para agravar a doença", explicou à ISTOÉ Jesse Stewart, coordenador da pesquisa.

Um dos fenômenos que mais têm chamado a atenção dos médicos, porém, é a ocorrência da chamada síndrome do coração partido. Trata-se de um problema singular e diretamente relacionado às emoções: ele atinge indivíduos sem fator de risco tradicional, mas submetidos a sentimentos negativos de forma crônica ou aguda. Mesmo sem uma artéria obstruída por placas de gordura, por exemplo, o paciente sofre os sintomas de um infarto, como dor no peito, e acaba apresentando um espasmo nas artérias coronárias, as que irrigam o coração, além de ficar com o músculo cardíaco dilatado.

Proteção garantida
Os primeiros casos começaram a ser registrados há cerca de dez anos. Hoje, há registros em todo o mundo, inclusive no Brasil. O tratamento é o mesmo dado a casos de infarto, mas sem a necessidade de desobstrução das artérias. Entre os medicamentos indicados estão os betabloqueadores. "Eles blindam o coração da descarga de adrenalina que ocorre nessas situações", explica o cardiologista Marcelo Paiva, do Hospital Nove de Julho, em São Paulo. A adrenalina é liberada em situações de prolongada exposição a sentimentos negativos ou durante explosões de raiva, por exemplo. E em grande parte é ela a responsável pelos efeitos prejudiciais desses sentimentos. Bastar saber que é a adrenalina que, entre outras coisas, causa o estreitamento do calibre dos vasos sangüíneos. Por isso a razão de tentar controlar sua concentração no organismo.

A boa notícia é que a ciência está descobrindo que, se fazem mal, as emoções também fazem bem ao nosso coração. Diversos estudos demonstram que as boas situações da vida, como a paixão e a alegria, disparam uma cadeia de reações - a exemplo das negativas -, mas com efeitos protetores. Nesses casos, há liberação de substâncias como a serotonina e a dopamina, que, entre outras funções, melhoram a atividade cardíaca e contribuem para regular a pressão arterial. "Além disso, há a fabricação de endorfinas", explica o cardiologista Fernando Bacal, do Instituto do Coração e do Hospital Albert Einstein, de São Paulo.

Uma das conseqüências do "banho" de endorfina é a maior proteção do endotélio, o tecido que reveste a parede dos vasos sangüíneos. Tratando-se de saúde cardíaca, isso é fundamental. Quanto mais íntegro o endotélio, menor a chance de acúmulo de placas de gordura nessa superfície. Outra vantagem é que o sistema de defesa do organismo fica mais forte, deixando as estruturas cardíacas menos vulneráveis a infecções. Há mais ganhos. De acordo com um trabalho da Universidade de Ohio (EUA), quando um indivíduo controla melhor sua raiva, cresce a capacidade de o organismo se recuperar de eventuais lesões. A explicação, segundo o cientista Steve Bloom, do Imperial College London, é simples. "O corpo prioriza uma ação por vez. Se você está com raiva e estressado, ele irá primeiro lidar com esses sentimentos, antes de se dedicar a acelerar processos de cura", disse.

Revolução na cardiologia
Informações como essas tornaram-se preciosas para a moderna cardiologia e estão provocando uma revolução na maneira de cuidar do coração. "Hoje, temos certeza de que as emoções podem precipitar eventos cardíacos", afirma o cardiologista Valdir Moisés, assessor médico em cardiologia do Fleury Medicina e Saúde, de São Paulo. Baseados nessa constatação, muitos especialistas defendem que é hora de incluir os sentimentos na lista dos fatores de risco oficiais para doenças cardiovasculares. "Já há evidências científicas suficientes para que emoções negativas, especialmente a depressão, sejam assim consideradas", afirmou à ISTOÉ Jesse Stewart, da Indiana University - Purdue University Indianapolis. No Brasil, essa corrente também ganha força. No consultório do médico Costantino Costantini, diretor de um hospital especializado em cardiologia com sede em Curitiba, os doentes também têm suas emoções avaliadas, assim como os dados sobre colesterol e pressão arterial. "Considero que, dependendo de sua natureza, elas são sim fatores de risco", justifica o especialista.

Mudança no tratamento
A forma de tratar o coração também mudou. No receituário, em muitos casos há a indicação de antidepressivos ou ansiolíticos (contra ansiedade). "Receitamos quando é necessário", explica o médico Ricardo Pavanello, supervisor de cardiologia do Hospital do Coração, de São Paulo. Também tornou-se imprescindível o suporte psicológico. Em centros de primeira linha, os serviços de psicologia são cada vez mais atuantes e têm uma missão tão difícil quanto especial. "Ajudamos os pacientes a dar novo significado à vida", explica Maria Elenita Favarato, psicóloga-chefe do serviço de psicologia do Instituto do Coração (InCor).

De fato, o auxílio especializado é fundamental para que o paciente compreenda o processo emocional que contribuiu para levá-lo ao hospital. "O infarto é um jeito agressivo de mostrar que algumas coisas na vida não estão bem. Por isso é importante entender o que está acontecendo", explica o cardiologista Carlos Alberto Pastore, diretor de serviços médicos do InCor. A terapia psicológica ajuda também o paciente a melhorar sua habilidade de lidar com as situações, tentando, por exemplo, evitar a exposição contínua às emoções negativas. E aumentar a capacidade de sentir só o que faz bem ao coração.

Matéria publicada na Revista Isto É, em 28 de março de 2008.

Carlos Miguel Pereira* comenta

Esta notícia descreve-nos sumariamente alguns estudos que vêm sendo feitos sobre os efeitos de determinadas emoções no nosso bem-estar físico, nomeadamente o bom funcionamento do coração. Eles baseiam-se essencialmente em observações e monitorização dos pacientes, estudando e analisando a sua evolução clínica e as suas emoções predominantes. Dos efeitos, procuremos remontar às causas e perceber, à luz da Doutrina Espírita, o porquê das emoções terem um papel fundamental no nosso equilíbrio físico.

O Espiritismo abriu novos horizontes para o desenvolvimento da ciência médica, oferecendo-lhe a possibilidade de conhecer uma face ignorada, mas fundamental, da realidade humana: O Espírito. Como nos refere José Herculano Pires, no livro "Curso Dinâmico de Espiritismo": "O Espiritismo não tem por objetivo opor-se à Medicina, mas ajudá-la na melhor compreensão da natureza humana e dos recursos naturais de que esta pode dispor para o seu maior progresso. Completando a imagem parcial do homem, de que a Medicina dispõe, o Espiritismo a levará, como já está levando, à utilização dos recursos insuspeitados do espírito."

O homem encarnado é constituído por espírito, perispírito e corpo físico. O espírito é incorpóreo, individualização do princípio inteligente, sede da consciência, da personalidade, do pensamento e do senso moral. Para poder contatar com a matéria, manipulá-la, mas também moldá-la, consoante as vibrações íntimas do pensamento e as suas necessidades evolutivas, o Espírito precisa de um agente, sendo envolvido por um corpo espiritual, que Allan Kardec denominou por perispírito. Podemos definir de forma básica o perispírito, como o corpo subtil que "reveste" o espírito, formado por matéria etérea e imponderável, retirada do Fluido Universal de cada planeta (Allan Kardec designou por Fluido Cósmico Universal o princípio elementar, a substância primária, no Universo, de cujas modificações e transformações procedem toda a matéria que conhecemos).

As interações entre o Espírito e o corpo físico dão-se em dois sentidos: Do espírito até ao perispírito, deste até ao sistema nervoso e daí estende-se pelo nosso organismo, transmitindo os impulsos e sugestões mentais aos nossos órgãos e células; No sentido inverso, as sensações que o corpo físico experimenta e os agentes exteriores produzem fazem o caminho contrário, impressionando por sua vez o princípio inteligente.

O fluido mental, produto da mente e não cérebro, é também chamado de "matéria-psi" por Hernâni Guimarães de Andrade, porque para o investigador brasileiro pensamento é matéria, sendo formado por partículas com características específicas. Partículas essas que organizam a nossa casa mental e conseqüentemente o corpo físico, trazendo harmonia ou desequilíbrio de acordo com a forma como elas são utilizadas. Essas partículas da "matéria-psi" são manipuláveis e sofrem modificações de acordo com os sentimentos, a qualidade e o tipo de vibração que lhes é imprimida pela inteligência que os conduz.

Isto permite-nos ter uma idéia da dependência existente entre o espírito e o corpo e como o organismo físico reflete o nosso campo mental, sendo por isso determinante na saúde física que experimentamos. Uma mente equilibrada, onde predominem emoções positivas e elevadas, comandará um corpo em harmonia e dessa interação surgirá a saúde ideal. Por outro lado, as tensões, ansiedades e frustrações, tal como as depressões e as fobias, fragilizam o campo mental, que ao interagirem com o corpo provocarão desorganização nas células, tecidos e órgãos, e conseqüentemente problemas orgânicos.

* Carlos Miguel Pereira trabalha na área de informática e é morador da cidade do Porto, em Portugal. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.net.

02 - COLESTEROL

Colesterol é bom ou é ruim?

Na sociedade moderna, nem todos os hábitos de vida são salutares. Alguns nos trazem prejuízos silenciosos, que ao percebermos já desequilibraram o nosso organismo.

Assim também acontece com o aumento do colesterol em nosso corpo.

O colesterol é uma substância gordurosa que está presente em todas as células do nosso organismo. Ele caminha em nosso sangue através de partículas denominadas lipoproteínas, sendo distribuídas em 3 tipos de lipoproteínas: LDL – lipoproteína de baixa densidade, HDL – lipoproteína de alta densidade e VLDL – lipoproteína de muita baixa densidade.

Como através de pesquisas foram identificados níveis altos de colesterol LDL em pessoas com placas de gorduras nas artérias coronárias, que são as artérias que irrigam o coração, costuma-se dizer que o LDL é o mau colesterol.

Já o HDL reduz esse risco, ajuda a eliminar a gordura ruim, ele é então, tratado como o colesterol bom. O ideal é termos um LDL baixo e um HDL alto.

Como disse anteriormente, o colesterol é encontrado em todas as células do corpo e utilizado para a produção de muitas substâncias, como hormônios e ácidos biliares.

Apesar de produzirmos algum colesterol, nós também adquirimos colesterol em alimentos de origem animal (carne, ovos, leite, queijos amarelos e frituras), que ingeridos em excesso podem aumentar o colesterol ruim e podem se depositar em nossas artérias, formando placas chamadas de arteriosclerose.

Estas placas podem se romper e bloquear ou diminuir o fluxo de sangue e oxigênio para o coração, cérebro ou outras partes do corpo, podendo gerar um infarto ou um derrame.

Assim, a melhor forma de evitarmos estas doenças é controlando o colesterol através da alimentação que ingerimos e da prática constante de exercícios que irão queimar estas gorduras perniciosas. Em casos de hereditariedade, às vezes, há a necessidade do uso de remédios, mesmo em indivíduos magros e que consomem pouca alimentação animal.

Alguns estudos apontam que uma dieta rica em vegetais e fibras pode baixar os níveis de colesterol no sangue. Como sugestão devemos incluir proteínas de soja, frutas, aveia, vegetais folhosos, pão integral e azeite de oliva.

Como não existem sintomas, a recomendação é sempre consultar um médico para que através do exame de sangue seja feito um diagnóstico, lembrando que crianças também podem apresentar colesterol alto, portanto, cuidado com a alimentação delas evitando doces, bolachas recheadas, refrigerantes, sorvetes e toda comida “fast-food”.

Preste atenção como estão os seus hábitos de vida para ter mais qualidade e saúde.

Rosali Andrade

Se quiser tirar suas dúvidas pode nos ligar: (0xx11 6951-4203).
Ps.: Os conceitos aqui emitidos não expressam necessariamente a filosofia FEAL, sendo de exclusiva responsabilidade de seus autores.

03 - COLESTEROL

Cuidar do corpo e do espírito

A Doutrina Espírita assevera que a encarnação humana é uma necessidade, ensinando que “a união do espírito e da matéria é necessária” (“O Livro dos Espíritos”, questão 25) e que os “espíritos têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal” (Q. 132 de “OLE”), como igualmente “criados simples e ignorantes se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal” (Q. 133 de “OLE”).

Os bons Espíritos, segundo o Espiritismo, são os que conseguiram “predominância sobre a matéria” (Q. 107 de “OLE”). Bem clara, também, a afirmativa doutrinária de que “os Espíritos puros percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria” (Q. 113 de “OLE”) e que “para ganhar experiência é preciso que o ser espiritual conheça o bem e o mal. Eis por que se une ao corpo” (Q. 634 de “OLE”).

Portanto, é na vibração mais densa que o Espírito, simples e ignorante, escolhe o seu caminho: “Se não existissem montanhas, não compreenderia o homem que se pode subir e descer; se não existissem rochas, não compreenderia que há corpos duros” (“OLE”, Q. 634).

O Espírito, centelha divina aprimorada e individualizada, necessita da arena física, com sua resistência própria, para despertar e exteriorizar suas potencialidades (“O Reino de Deus dentro de si”).

Na introdução de “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec revela que o Espírito encarnado está sob a influência da matéria e o homem que supera essa influência, pela elevação e purificação de sua alma, aproxima-se dos bons Espíritos, com os quais estará um dia.

O corpo físico é o instrumento passivo da alma

Na obra ”O Evangelho segundo o Espiritismo”, cap. XVII, item 11, o excelso codificador da Doutrina Espírita publica a mensagem do Espírito Protetor Jorge, enfatizando a necessidade de cuidar-se do corpo que, segundo as alternativas de saúde e enfermidades, influi de maneira muito importante sobre a alma, que cumpre se considere cativa da carne. Fala ainda que para que essa prisioneira viva, se expanda e chegue mesmo a conceber as ilusões da liberdade, tem o corpo de estar são, disposto, forte. A entidade espiritual relata que o Espiritismo demonstra as relações que existem entre o corpo e a alma e diz que, por se acharem em dependência mútua, importa cuidar de ambos. Depois afirma, com muita propriedade: “Amai, pois, a vossa alma, porém, cuidai igualmente do vosso corpo, instrumento daquela. Desatender as necessidades que a própria Natureza indica é desatender a lei de Deus”.

O ensino espírita é rico em ensinamentos acerca da importância de o ser encarnado tratar bem do seu organismo físico, veículo importante da grande viagem que o Espírito realiza interiormente, descobrindo paulatinamente a divindade dentro de si. O corpo físico é o instrumento passivo da alma. A exteriorização das faculdades do Espírito depende de um corpo sadio (“Mens sana in corpore sano”).

Em relação aos hábitos saudáveis, deve-se evitar o fumo e as drogas em geral, assim como o sedentarismo e a má alimentação, onde predominam alimentos ricos em carboidratos, o uso de frituras, o consumo de gorduras prejudiciais, como as saturadas e as trans, a ingestão de bebidas alcoólicas, refrigerantes e doces.

É importante comer, em geral, muitas frutas

É importante reduzir para valer o consumo de açúcares e gorduras, como também praticar exercícios físicos aeróbicos (caminhada, natação, corrida, andar de bicicleta, pelo menos 30 minutos por dia) e anaeróbicos, pelo menos 3 vezes por semana, através da musculação, a qual, além de modular o corpo, aumenta a massa muscular, exigindo maior queima espontânea de calorias.

Importante é comer, em geral, muitas frutas (baixo teor de carboidratos, alto de fibras e pectina, ricas em vitaminas e minerais); legumes crus (idem); grãos e cascas de cereais, ricas em fibras (auxiliam a digestão, com muitas vitaminas e minerais). Necessário consumir bastante gérmen de trigo, farelo de aveia, linhaça e amaranto, os quais dificultam a absorção de gorduras e do colesterol ruim (LDL); fundamental inserir no cardápio as folhas (grande quantidade de fibras, vitaminas e minerais) e, em relação às proteínas, o melhor é o pescado, de preferência oriundo de águas frias (rico em ômega-3) ou peito de frango sem pele.

Ômega 3 é uma gordura importante que não é produzida naturalmente pelo organismo, sendo assim necessário ser consumida através de uma boa alimentação, rica em azeite extravirgem, semente de linhaça, nozes, castanhas, couve, espinafre e peixes como salmão, atum e bacalhau. Neste caso, é importante que os pescados sejam consumidos cozidos, já que pela fritura o ômega 3 é destruído.

As fibras contribuem para o funcionamento intestinal

Os mais conhecidos benefícios do ômega 3 são a diminuição dos níveis de colesterol ruim (LDL) e de triglicerídios, como também abaixar a pressão arterial. Ajuda a reduzir o risco de desenvolver doença de Alzheimer, demência, cansaço mental, diabetes, derrame cerebral, asma e até alguns tipos de câncer.

As fibras proporcionam a saciedade (satisfação plena do apetite) e contribuem para o funcionamento intestinal. Através da fermentação pelas bactérias da flora intestinal são geradas substâncias anti-inflamatórias.

Amaranto é um grão, símbolo da culinária dos incas, rico em fibras, minerais e de proteínas de alto valor biológico, contendo todos os aminoácidos essenciais que o organismo não consegue produzir. Inibe, no fígado, uma enzima, responsável pela síntese do colesterol ruim (HDL). Diferente de outros vegetais, contém cálcio biodisponível (melhor absorção no organismo).

Muito importante, igualmente, considerar os antioxidantes e os probióticos, os primeiros eliminam os radicais livres (formados naturalmente no corpo, danificando as células, acelerando o envelhecimento e as doenças cardiovasculares). As principais fontes dos antioxidantes são o açaí, o resveratrol (encontrado na uva) e a acerola.

Os probióticos são bactérias que povoam e aprimoram a flora intestinal, reforçando o sistema imunológico, reduzindo o risco de tumores intestinais, diabetes e obesidade. Fontes: Leites fermentados e iogurtes.

As gorduras trans causam elevação do colesterol

Quanto aos doces, deve-se dar preferência para os caseiros, feitos com frutas e gelatinas. Nunca os que contêm leite condensado integral, creme de leite e chocolate.

Recomendações importantes, dignas de salientar e enumerar, são: 1 - Evitar comprar alimentos industrializados (muito sal e gordura); 2 - Sair da mesa logo que estiver satisfeito; 3 - Cuidado com os eventos sociais: consumo de salgadinhos fritos, refrigerantes, bebidas alcoólicas e doces. Ideal fazer um lanche leve antes de sair de casa; 4 - Não se alimentar com gordura vegetal hidrolisada (trans), grande inimiga da saúde, encontrada nos alimentos industrializados (comida pronta, sorvetes, pães, batatas fritas, salgadinhos de pacote e fritos, pastéis, bolos, tortas, folhados, biscoitos simples e recheados, bolachas, pipocas de microondas, chocolates, margarinas, comida de fast food etc. Essa temível vilã não é absorvida pelo organismo, depositando-se nos vasos arteriais e acumulando-se no abdome e vísceras. São um tipo específico de gordura, formada por um processo de hidrogenação natural (ocorrido no rúmen de animais) ou industrial (processo de hidrogenação que transforma óleos vegetais líquidos em gordura sólida). São utilizadas para melhorar a consistência dos alimentos e aumentar a validade de alguns produtos. A carne e o leite possuem naturalmente pequenas quantidades dessas gorduras. As gorduras trans causam elevação do colesterol total, do LDL - colesterol ruim e redução dos níveis de colesterol bom - HDL.

O alho diminui o colesterol total e o ruim

É fundamental consumir alimentos que estimulem o aumento do HDL: frutas ricas em vitamina C (evita a oxidação do colesterol e consequente deposição nas paredes das artérias) e ricas em pectina (fibra solúvel concentrada no bagaço), como a maçã, tangerina, laranja, goiaba, reduzindo a absorção de gorduras durante a digestão.

Essencial tomar chá verde, muito rico em polifenóis, responsáveis pelo fortalecimento da parede arterial e pela redução do colesterol, como também usar azeite, gordura benéfica com grande concentração de vitamina E, polifenóis e fitoesteróides, que protegem o coração. Não se deve aquecer o azeite, porquanto sofre modificações, transformando-se em gordura saturada.

O alho é importante, pois diminui o colesterol total e o colesterol ruim. O vinho tinto inibe a ação dos radicais livres e melhora a dilatação dos vasos sanguíneos, tomando uma taça por dia. A proteína de soja reduz a taxa de colesterol ruim. É significante comer oleaginosas (amêndoa, castanha de caju, nozes, castanha do Pará, avelãs), fontes de ômega 3, vitamina E (antioxidante, preserva a saúde cardiovascular) e arginina (ótimo vasodilatador, dificultando o acúmulo de colesterol nas artérias, protegendo o coração).

Existe um método simples e amplamente difundido de se medir a gordura corporal. É o IMC (Índice de Massa Corporal), que é calculado dividindo o peso do indivíduo em quilos pelo quadrado de sua altura em metros. O normal é 18.5 a 24.9. Sobrepeso: 25.0 a 29.9. Obesidade grau I (moderada): 30.0 a 34.9. Obesidade grau II (severa): 35.0 a 39.9. Obesidade grau III (mórbida) = 40.0.

Os triglicérides, quando em excesso, são perigosos

Pode-se também empregar o método da Circunferência da Cintura (barriga): gordura depositada na parede abdominal indica acometimento das vísceras, incluindo o fígado. Essa gordura, com facilidade, deposita-se nas artérias. É o principal indicador de obesidade e está mais associado às doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão arterial. A medida normal, na área do umbigo: <94cm nos homens e <80cm nas mulheres. A circunferência preocupante (94-102cm nos homens e 80-88cm nas mulheres). A circunferência muito preocupante (>102cm nos homens e >88cm nas mulheres).

Em medicina se conhece, como síndrome metabólica, a associação de hipertensão arterial, barriga avantajada e colesterol alto. A obesidade abdominal tem relação com a resistência à insulina: ação do hormônio não é ideal, não tem sua atividade plena, prejudicando o aproveitamento da glicose pelas células.

A obesidade abdominal está arrolada com o depósito acentuado de triglicérides ou triglicerídeos, gordura com maior fonte de energia. Em excesso, deposita-se nos vasos arteriais (aumento no risco de doenças cardíacas e cerebrovasculares).

Os triglicérides ou triglicerídeos são resultantes da alimentação (80%) e igualmente produzidos no fígado (20%). Em excesso, são tão perigosos quanto os altos níveis de colesterol. Alimentos doces e farináceos ajudam na sua absorção.

O homem tem o dever de velar pela saúde do corpo

Peça chave na promoção de qualidade de vida, na presente existência física, é ter hábitos alimentares adequados, em conjunto com um estilo de vida saudável, proporcionando ao espírito encarnado uma boa perspectiva de sucesso na sua trajetória evolutiva, evitando a possibilidade de uma desencarnação prematura (suicídio inconsciente), como igualmente lhe oferecendo ajuda considerável diante dos embates da provação e da expiação.

Portanto, o homem tem o dever de velar pela conservação do seu corpo. O apóstolo João, em carta endereçada ao amigo Gaio, disse-lhe: "Amado, acima de tudo faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma" (Terceira Epístola, Capítulo um, Versículo dois).

Paulo, também, enfatizou a importância do organismo físico ser bem cuidado, revelando que “o corpo é o templo do Espírito Santo” (Primeira Epístola aos Coríntios, Cap. três, Versículo dezesseis).

Assim sendo, o arcabouço somático deveria receber todos os cuidados necessários de higiene, instrução e saúde para ser produtiva a reencarnação do ser espiritual.
Américo Domingos Nunes Filho, radicado no Rio de Janeiro-RJ, é médico.


A vida de Chico Xavier

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