Fonte: Letra Espírita - Por: Sílvio Cardoso da Silva Junior

Com o passar dos anos, a humanidade evolui a passos largos no sentido de sociedade, com o aprimoramento de seu contexto de vida geral no sentido de inclusão do maior número de pessoa quanto possível no âmbito da convivência para um aumento do bem-estar coletivo, e nesse quadro, as pessoas com deficiência se incluem automaticamente/naturalmente por fazerem parte de uma união formadora da vida.

A quem diga que tal evolução é lenta ou até mesmo praticamente inexistente, mas afirmamos com convicção que ela existe, bastando um pouco de estudo sobre o passado deste tema para se chegar a esta conclusão.

Segundo o site da Fundação Dorina Nowill Para Cegos: “Uma deficiência é qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica. Representa a exteriorização de um estado patológico e, em princípio, reflete distúrbios no nível do órgão”. (1)

A partir do exposto, e de nosso conhecimento - seja por experiência própria (por parte de quem possua uma deficiência), ou por convivência com pessoas portadoras deste tipo de patologia, ou mesmo por mero senso comum - nos permitimos perceber que de modo geral, seja pelas diversas particularidades possíveis, estes amigos possuam determinadas dificuldades causadas por suas deficiências e por vezes podemos ficar intrigados com o motivo pelo qual alguns sejam portadores de características que lhe dificultem a vida e outros tenham seus veículos físicos ou mentais íntegros.

Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, se mostrou contrário a visão materialista da vida pós o advento da Doutrina Espírita. Isto por encontrar em sua missão de organizar os conhecimentos trazidos pelos espíritos, respostas para os questionamentos da vida, em especial para aqueles que dizem respeito aos sofrimentos inerentes ao ser humano, sendo a deficiência um dos assuntos tratados em O Livro dos Espíritos, o primeiro das cinco principais obras espíritas de Kardec.

O primeiro livro da codificação traz no capitulo VII esclarecimento que nos são úteis quanto a deficiência, tratando mais diretamente quanto as questões de ordem mental, mas se adequando no sentido geral de interpretação do tema, as questões de número 372 e 373 exprimem o seguinte:

372 - Qual o objetivo da Providência ao criar seres infelizes como os loucos e os deficientes mentais?
R: São Espíritos em punição que habitam corpos deficientes. Esses Espíritos sofrem com o constrangimento que experimentam e com a dificuldade que têm de se manifestarem por meio de órgãos não desenvolvidos ou desarranjados.

373 - Qual pode ser o mérito da existência para seres que, como os loucos e os deficientes mentais, não podendo fazer o bem nem o mal, não podem progredir?
R: É uma expiação obrigatória pelo abuso que fizeram de certas faculdades; é um tempo de prisão.

A partir das citações, percebemos a “lei de causa e efeito” como benefício divino concedido por Deus a nós espíritos em evolução para quitação de débitos importantes a nossa evolução, onde cada ação possui efeito ou reação em grau correspondente, não exatamente como punição, pois já estamos em fase de superação da imagem de um Deus extremamente punitivo e vingativo trazido no Primeiro Testamento por Moisés, em tempos em que não tínhamos a evolução moral tampouco intelectual para compreender um pouco melhor sua natureza amorosa e justa, mas como forma de entrarmos em acordo com as leis divinas e sermos responsáveis por tudo o que fazemos no decorrer das idas e vindas entre encarnações sucessivas, corrigindo hoje os defeitos de ontem, para amanhã estamos mais preparados para desfrutar da felicidade através daquilo que é mais importante, o amor e o bem junto de Deus.

REFERÊNCIAS
1 - https://www.fundacaodorina.org.br/a-fundacao/deficiencia-visual/o-que-e-deficiencia/

2 - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 76. ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1995. (acesso em – 06/05/20)


A vida de Chico Xavier

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