Fonte: Letra Espírita - Por: Luciana Betencourt - Imagem: Pixabay

Como relatam ANDRADE e TIAGO (2016) no livro Esperança, “A vida é uma sequência de existências”; nada mais correto e justo que muitos danos e benefícios que adquirimos numa existência possam refletir-se na próxima.

Seguimos com as mesmas perguntas que, ao longo do tempo, mantém-se sem respostas, como as causas a muitas doenças. E nos perguntamos: “Câncer – Prova ou expiação? O que ocorre de negativo ou positivo em nossas vidas acontece por acaso? Por que algumas pessoas desenvolvem a doença e outras não?”. São questionamentos, dentre outros, que surgem constantemente e cujas respostas muitos almejam encontrar.

Com o avançar da ciência e o entendimento da existência do mundo espiritual, atualmente há uma relação “amigável” entre ambas, proporcionando-nos um melhor entendimento das patologias físicas e da alma, com a compreensão não somente de tratar o corpo, mas também o espírito e nossas emoções.

Quando pensamos ou falamos sobre doenças, percebemos como o assunto torna-se desconfortável e de uma grande complexidade a todos, possivelmente justificável pelo diminuto entendimento sobre a temática.

Dentre as pesquisas feitas em bases científicas sobre do tema, encontram-se informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2021), com explicações de causalidade associadas a uma alteração ocorrida no DNA celular, quando recebem orientações equivocadas para a realização de suas atividades. Conforme os dados, 80% a 90% dos casos que surgem de câncer estão relacionados a causas externas, tais como o meio ambiente, hábitos alimentares e o estilo de vida, associados a fatores intrínsecos do próprio indivíduo, que podem levar ao aumento no risco de surgimento de tal enfermidade.

Antes de adentramos na análise do assunto e respondermos ao longo do artigo, muitos desses questionamentos seriam impossíveis de ser abordados sem falarmos antes das aflições sequenciais que surgem nas pessoas que recebem o diagnóstico de forma inesperada. De início, durante o processo de aceitação da doença e tratamento, os indivíduos perpassam por algumas fases, sendo a negação, a primária. Neste ponto, o paciente, em seu estado de não absorção, nega a afirmação dos fatos a ele narrados, assim como o diagnóstico, solicitando uma segunda “prova” para ser um artifício refutável e comprobatório de erro, satisfazendo a parte descrente de sua compreensão e classificando tal cena como um simples “mal-entendido”. Quando se aceita o diagnóstico, a fase subsequente – a revolta – segue carregada de entendimento de injustiça Divina a uma vivência de boas ações e amor ao próximo, atrelada à caridade, como forma de espelho ao “bom homem” que descreve o Evangelho; e, como tal figura, este ser terreno seria imune às provas e expiações do planeta Terra, não sendo ele abatido por nenhuma calamidade física ou emocional.

Transpondo a fase da fúria, a barganha apresenta-se como um clamor convicto de sucesso e cura absoluta mediante quaisquer medidas terapêuticas à doença, com justificativas à manutenção da existência terrena às tarefas inacabadas ou à aquisição de bens materiais tão almejados. E é aí que esquecemos a real função desse período – o da exemplificação de todo o aprendizado de uma vida pautada na resignação e aceitação dos encargos de Deus ao nosso processo evolutivo. Ficamos, ao negar, carregados de más energias e baixas vibrações, possibilitando o adentrar de pensamentos ruins que culminam com a fase da depressão, onde a tristeza profunda e as lágrimas constantes cercam o indivíduo da perspectiva de seu imediato fim terreno.

Nesse cenário, outros problemas de cunho emocional começam a aparecer, tanto para quem recebe o diagnóstico como para os que convivem com o paciente, justamente pela não aceitação das comprovações científicas e espirituais. São poucos os que conseguem compreender e aceitar esse momento como mais uma prova de que aqui estamos sempre a evoluir.