"O problema da corrupção"

Richard Simonetti, funcionário aposentado do Banco do Brasil, residente em Bauru, SP. É orador, jornalista e escritor espírita, ocupando atualmente o cargo de presidente do Centro Espírita "Amor e Caridade". Livros publicados: "Quem Tem Medo da Morte?", "Uma Razão Para Viver", "Atravessando a Rua", entre outros.


Por que grassam no Brasil a corrupção e o desejo de tirar vantagem?
Essas “virtudes” não constituem exclusividade brasileira. Exprimem uma condição do Espírito Humano, no estágio de evolução em que nos encontramos. Tanto que o profeta Isaias proclama: taxativamente: “Todo homem é mentiroso”.

Mas essas mazelas não são mais evidentes em nosso país?
É que a sociedade brasileira não conseguiu ainda desenvolver mecanismos de contenção, como ocorre em países mais desenvolvidos. Por outro lado, a recessão, a inflação, o desemprego a insegurança, que têm caracterizado a vida nacional, estimulam esse comportamento, num autêntico “salvem-se que puder”.

Culpa dos políticos?
R: - Os políticos refletem as tendências das coletividades que os elegem. A afirmativa “cada povo tem o governo que merece” não se relaciona apenas com a escolha do voto. Se são raros os indivíduos legitimamente honestos e incorruptíveis, há uma tendência para sermos governados pelos seus antípodas.

P: - Não seria decisivo, na mudança de mentalidade do brasileiro, que tivéssemos, nos altos postos da nação, homens probos, que criassem condições para uma mudança de mentalidade, principalmente com investimentos na área da educação?
R: - Sem dúvida. Não esperemos, entretanto, por governos messiânicos, de salvação nacional. Nossas melhores possibilidades de crescimento como nação e como povo estão na iniciativa individual, no respeito às instituições, no empenho do trabalho, na consciência do dever.

P: - Que dizer das campanhas em favor da moralização da sociedade, justamente a partir desse esforço de cada brasileiro?
R: - O caminho é esse. Imagino que grandes progressos faríamos se todos assumíssemos, para começar, o compromisso de não mentir.

P: - Por que isso é tão importante?
R: - Porque é quase impossível sustentar o mal sem a mentira. Sem ela não teremos o adultério. Como trair o cônjuge sem mentir para ele? Não teremos estelionatos. Como lesar alguém sem iludi-lo? Não teremos assaltos. Como vender o produto do roubo sem “maquiar” a procedência?

P: - O assunto é interessante. Você poderia citar outros exemplos?
R: - O assunto envolve todas as relações humanas. Atrevo-me a dizer que sem a mentira seria muito mais fácil eliminar o dragão da inflação. Não teríamos industriais e comerciantes que proclamam vender com um lucro mínimo que está muito acima do razoável. Sem a mentira não teríamos os políticos corruptos que prometem tudo e não cumprem nada. Sem a mentira haveria maior confiança entre as pessoas, produto tão escasso hoje em dia, sem o qual a vida fica complicada, principalmente no lar. Um lar sem confiança entre os cônjuges está sujeito a toda sorte de desajustes.

 



P: - Qual a contribuição do Espiritismo nesse particular?
R: - A Doutrina Espírita é a trombeta do Céu, como está na apresentação de “O Evangelho Segundo O Espiritismo”, alertando-nos sobre a continuidade da existência no Plano Espiritual, onde nos pedirão contas de todos os prejuízos causados ao semelhante, desde algumas gramas sonegadas na balança de nossas ações, às falcatruas cometidas contra a coletividade.



Por: Richard Simonetti



FONTE: http://www.omensageiro.com.br/

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