Cinema é uma arte; é preciso respeitá-la como tal

André Marouço, um dos diretores de O Filme dos Espíritos, fala-nos sobre o cinema e sua importância na divulgação dos
princípios espíritas

Convidado a apresentar a oficina CINEMA E TV no Encontro Cairbar Schutel, ocorrido em Araraquara-SP em setembro de 2013, André Marouço (foto) concedeu-nos entrevista sobre a sétima arte e sua utilização para expansão do pensamento espírita. Marouço é jornalista, cineasta, radialista com mais de 20 anos de experiência, tendo passado pelas
TVs Cultura, Globo e SBT. Formado em Marketing pela Universidade Paulista, é trabalhador do Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz, orador e palestrante espírita, além de gerente geral da TV Mundo Maior e da Mundo Maior Filmes.
A seguir, a entrevista.

Qual a principal experiência que ficou com O Filme dos Espíritos?
O Filme dos Espíritos foi para nós uma universidade de cinema, já que se tratava de nossa primeira experiência, aprendemos a fazer com mais qualidade, e, o principal, aprendemos o que não devemos fazer. Cinema é uma arte; é preciso respeitá-la como tal. Entendemos a partir dessa primeira empreitada cinematográfica que nossos filmes podem e devem trazer a doutrina dos Espíritos na narrativa, e em nossos filmes sempre existirá um pouco de doutrinação na trama, mas de forma alguma podemos deixar de lado a missão de entreter e emocionar; afinal trata-se de uma arte. Aprendemos muito sobre roteiro, inclusive.

Há novidades para contar ao público para os próximos meses?
Estamos montando nosso segundo longa-metragem, intitulado "Causa e Efeito", em cuja trama contamos a história do policial Paulo, um homem que tinha uma vida tranquila quando um motorista alcoolizado atropela e mata sua esposa e filho. O desdobramento da trama traz muitas surpresas. Também estamos trabalhando na pré-produção de nosso primeiro documentário: "Nos Passos do Mestre", com filmagens em Israel, Egito, Turquia e Brasil. O documentário vai mostrar a essência da doutrina cristã e a importância de certos acontecimentos históricos do Cristianismo, alguns inclusive que foram modificados pela Igreja e até ocultos. Nos Passos do Mestre também vai apresentar algumas dramatizações da vida do Cristo, contadas a partir da ótica espírita.

Como o cinema vem influenciando a mentalidade humana com os princípios espíritas expostos nas produções cinematográficas?
Na minha opinião, esse trabalho começou há alguns anos, em Hollywood, com os Espíritos movimentando o psiquismo dos roteiristas, diretores e produtores daquela Meca cinematográfica. Eles não perceberam, mas foram tomados tais quais as mesas girantes o foram na França do século XIX. Aqui no Brasil, maior país espírita do mundo, ainda estamos engatinhando. Todas as produções espíritas realizadas até agora foram espetaculares como obras espíritas, mas deixaram a desejar como obras cinematográficas. Assim, entendo que os Espíritos estão nos treinando
para que em breve possamos produzir grandes filmes, doutrinária e cinematograficamente falando.

Relate uma experiência marcante com a direção do filme.
Tudo é absolutamente marcante. Nós percebemos a presença dos Espíritos o tempo todo. Mas em "Causa e Efeito" algo que nos impressionou foi o fato de não perdermos um dia sequer de trabalho; não houve imprevisto, ou alteração climática que nos atrapalhasse. Lembro-me de um dia em que fomos fazer uma filmagem externa e chovia; a equipe estava muito preocupada, mas nós dissemos: "Não se preocupem"; quando estivermos prontos, a chuva para um pouquinho, e assim se deu. Não nos passa pela cabeça a insanidade de achar que pararam a chuva para que trabalhássemos, mas sabemos que aqueles que efetivamente dirigem e produzem nossos trabalhos, ou seja, nossos amigos espirituais dispõem de equipamentos de aferição meteorológica tão superiores aos nossos que, quando nós marcávamos dia, local e hora das filmagens eles já nos intuíam para que fosse feito nos dias, locais e horários em que as condições meteorológicas estariam perfeitas.

Como estimular o público espírita para essa eficiente ferramenta de divulgação?
Isso vai acontecer naturalmente. Quando tivermos cada vez mais e melhores filmes espíritas, o público reconhecerá a importância de divulgar e auxiliar, além de aplaudir nossos filmes.: Orson Peter Carrara
Fonte: http://www.oconsolador.com.br/ano7/338/entrevista.html