Fonte: Jornal Espirita de Uberaba

Um dos grandes dilemas da humanidade em todos os tempos tem sido determinar a interface que separa os recursos da mente e do cérebro.

A infinita variedade do comportamento humano, a pequena proporção de atos reflexos e comportamentos básicos que são herdados (mais ou menos 20%) e certos fenômenos de percepção denominados atualmente pela ciência oficial de paranormais são aspectos da intrigante relação entre o cérebro orgânico e a mente. Na antiguidade era comum se atribuir a mente como expressão do espírito.

Com a evolução da neurofisiologia e neuropsicologia essa ideia foi estranhamente colocada de lado pela ciência.

Quando nos reportamos à evolução do homem deparamos com alguns aspectos interessantes. Sabe-se que segundo a teoria evolucionista introduzida por Charles Darwin, e amplamente reconhecida pela ciência, os animais apresentariam atualmente as características que, quando apareceram devido a mutações genéticas, lhes proporcionaram melhores condições de sobrevivência em relação aos outros que não tiveram as ditas mutações. Com isso as espécies foram selecionadas.

Essa é também a teoria adotada pela Doutrina Espírita. Entretanto sabe-se na neurologia que o homem possui áreas no cérebro que quando lesadas não apresentam sintomatologia importante e às vezes nenhum sintoma é detectado. O hemisfério direito do encéfalo apresenta algumas áreas destas no lobo frontal e nas profundidades do lobo temporal.

Seria o homem o único animal no reino dos seres vivos a ganhar áreas desnecessárias? Seriamos tentados a imaginar que essas funções teriam relação com o contato espiritual ainda por desenvolver, o que corrobora a ideia defendida por muitos que o homem em determinado nível da sua evolução recebeu a centelha Divina.

Gostaríamos de considerar alguns fenômenos ditos “paranormais” que a nosso ver mostram a necessidade imperiosa de considerarmos a mente como expressão do espírito que habita e se responsabiliza pelas as nossas ações:

1. Hipnotismo – Em certas experiências é possível recolher através do hipnotizado, informações não conhecidas do individuo em estado normal. Em outros relatos foram feitas experiências em que o individuo através de registros em aparelhos especializados apresentava reação de percepção sensitiva quando a sua orelha era estimulada por um facho de luz. André Luiz nos descreve a percepção do espírito em todo o corpo de qualquer estímulo

2. Psicografia – É bem conhecido por nós espíritas, em mensagens psicografadas o médium descrever fatos verídicos dos quais não tinha conhecimento. Damos como exemplo as mensagens consoladoras de pessoas desencarnadas que revelam fatos que somente a família ou mesmo apenas um único familiar tinha conhecimento.

3. Psicometria – Neste caso o médium com um simples toque no objeto é capaz de delinear o passado, a quem pertenceu ou fatos relacionados com aquele objeto. O nosso querido médium Chico Xavier tinha essa mediunidade dando provas insofismáveis por diversas vezes.

4. Vidência /Audiência – O médium é capaz de receber instruções, por vozes que não são detectadas por outras pessoas próximas e verificadas serem corretas posteriormente. Médiuns que descrevem a presença de pessoas (espíritos) presentes que lhe são desconhecidos em condições normais e cuja descrição é conferida por pessoas que as identificam ou familiares presentes.

5. Telecinesia – Fenômeno dos mais intrigantes, em que um indivíduo, seria capaz de mover objetos ou deforma-los a distancia. Não é necessariamente considerada uma forma de mediunidade. Seria uma propriedade anímica.

6. Premonição – Fenômeno em que um indivíduo seria capaz de antever acontecimentos futuros, a distancia do local de ocorrência e com longo período de antecedência. Fenômeno muito bem estudado por Ernesto Bozano.

7. Xenoglossia – Possibilidade de falar ou escrever de forma automática em língua desconhecida pelo individuo.

8. Cirurgias mediúnicas – São geralmente realizadas em câmaras de passes para cura. Existem inúmeros casos confirmados de processos patológicos resolvidos pela simples imposição de mãos. Isso sem contar em cirurgias cruentas realizadas com abertura da pele, porem sem alcançar o local e retirando-se sem dificuldade tumores. Há de se ter em conta que geralmente essas cirurgias são realizadas sem assepsia convencional e com total desconhecimento do médium da anatomia local. Esses fenômenos são proporcionados pela força da mente, quer de encarnados (material) quer de desencarnados (espíritos). Em muitos deles seria necessário apenas à fé e o merecimento e em outros as condições orgânicas exigidas pela mediunidade.

Esses relatos e muitos outros nos possibilitaria considerar que a mente tem poderes que a estrutura do encéfalo, no que nós entendemos hoje, não apresenta os necessários recursos para uma explicação satisfatória. O espiritismo veio aclarar esse ponto porque viabiliza o espírito como uma parte do conjunto energético do homem (espírito, perispírito e corpo material) sendo ele uma espécie de energia com propriedades sensoriais e capazes de provocar, por sua vontade, modificações do meio material, também uma outra forma energética. Esperamos que os leitores possam refletir na importância da mente e iniciem o seu próprio sistema de controle mental muito útil no orar e vigiar deixado pelo Mestre.

Dr. Edson Márquez, é medico especializado em neurologia, professor universitário na área de neurologia e neurofisiologia, palestrante espírita e estudioso dos fenômenos mediúnicos.


A vida de Chico Xavier

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