Fonte: Rádio Boa Nova
Você já ouviu falar em espíritos agêneres? O que a doutrina espírita fala sobre o assunto? Confira as considerações a seguir.
A novela espiritualista Espelho da Vida também trata de temas relacionados a doutrina espírita, por exemplo, reencarnação, vidas passadas, espíritos agêneres, etc.
O que o espiritismo tem a nos ensinar sobre os espíritos agêneres?
Os espíritos agêneres dizem respeito ao estado de certos espíritos que podem se apresentar e revestir com formas de uma pessoa viva, causando assim, uma ilusão de estarmos interagindo com uma pessoa encarnada. Ou seja, eles possuem a aparência de um corpo sólido.
De acordo com Allan Kardec, na Revista Espírita de 1859, o espírito agênere é:
“Um Espírito cujo corpo fosse assim visível e palpável teria, para nós, toda a aparência de um ser humano; poderia conversar conosco e sentar-se em nosso lar qual se fora uma pessoa qualquer, pois o tomaríamos como um de nossos semelhantes”.
Allan Kardec completou:
“O Agênere propriamente dito não revela sua natureza e aos nossos olhos não passa de um homem comum, sua aparição corpórea pode ter longa duração, conforme a necessidade, a fim de estabelecer relações sociais com um ou vários indivíduos”.
Por que isto ocorre?
Por causa da natureza e das propriedades do perispírito, que possibilita ao espírito, por meio de seus pensamentos e suas vontades, mudanças no corpo espiritual tornando-se visível.
De acordo com Heloísa Pires, no programa O Espírito e o Tempo, o perispírito é formado da mesma matéria cósmica que forma o corpo físico. Porém, devido às leis divinas, da presença de Deus, essa condensação se realiza de forma diferente. Já que ele têm certas propriedades que o corpo físico não tem, por exemplo, a flexibilidade, a absorção.
E devido a esta condensação, o perispírito através das moléculas que o constituem adquire características de um corpo sólido que é capaz de produzir impressão ao tato, deixar vestígios, além de tornar-se tangível as possibilidades desse espírito retornar instantaneamente ao seu estado etéreo e invisível.
Com isso, o que é necessário para que um espírito condense seu perispírito e se torne Agênere?
- Vontade;
- Combinação de fluidos afins peculiares aos encarnados;
- Permissão do plano superior;
- Vale lembrar que em alguns casos de espíritos agêneres, a tangibilidade é tão forte que é possível tocar, sentir a resistência da matéria, o que não impede que o espírito desapareça rapidamente.
Quais as características dos espíritos agêneres?
Embora eles possam ser confundidos com encarnados, o olhar deles não são nítidos. E ainda, mesmo que possam conversar, a linguagem é breve, sentenciosa, além de não permanecerem por muito tempo entre os encarnados.
Para finalizar, confira a seguir uma história que está presente na Revista Espírita de 1859:
“Uma pobre mulher estava na igreja de Saint-Roque em Paris, e pedia a Deus vir em ajuda de sua aflição. Em sua saída da igreja, na rua Saint-Honoré, ela encontrou um senhor que a abordou dizendo-lhe:
“Minha brava mulher, estaríeis contente por encontrar trabalho?
– Ah! Meu bom senhor, disse ela, pedia a Deus que me fosse achá-lo, porque sou bem infeliz.
– Pois bem! Ide em tal rua, em tal número; chamareis a senhora T…; ela vo-lo dará.”
Ali continuou seu caminho. A pobre mulher se encontrou, sem tardar, no endereço indicado
– Tenho, com efeito, trabalho a fazer, disse a dama em questão, mas como ainda não chamei ninguém, como ocorre que vindes me procurar?
A pobre mulher, percebendo um retrato pendurado na parede, disse:
– Senhora, foi esse senhor ali, que me enviou.
– Esse senhor! Repetiu a dama espantada, mas isso não é possível; é o retrato de meu filho, que morreu há três anos.
– Não sei como isso ocorre, mas vos asseguro que foi esse senhor, que acabo de encontrar saindo da igreja onde fui pedir a Deus para me assistir; ele me abordou, e foi muito bem ele quem me enviou aqui”.
E ainda, o Espírito São Luís foi consultado sobre os espíritos agêneres e passou as seguintes informações: De acordo com o espírito:
Como foi dito acima, é necessário uma permissão para que ocorra este fenômeno; os espíritos agêneres pertencem às categorias tanto inferiores como superiores; não possuem a necessidade de alimentação, afinal, seu corpo não é real; não há meios de identificá-los, a não ser pelo desaparecimento inesperado;