Fonte: O Livro dos Médiuns - Capítulo XIV, Dos Médiuns. - Allan Kardec

A medicina cura e trata dos efeitos. A espiritualidade trata as causas quando são modificadas as estruturas de nossos pensamentos.

Inevitável é a Lei de Causa e Efeito: guardadas as proporções espirituais, somos autores de nossos destinos, e com a mesma solicitude inteligente com que as leis universais - as mesmas que regem o equilíbrio das galáxias e as ondas eletromagnéticas que delimitam a circunscrição dos planetas - são comandadas por Deus, Inteligência Suprema do Universo.

Causa primária de todas às coisas, também em nossas vidas assim ocorre. E, na imaturidade do espírito, os inúmeros desequilíbrios causados por nós e que afetam relacionamento, a própria constituição física, os sistemas organizados agravam-se com as consequências que geram, tais como sofrimento, angústia e, como se não bastasse afetarmos nosso equilíbrio, atingimos também nossos semelhantes, nossos irmãos que, quando estão à nossa frente, representam um convite ao progresso. São mensagens vivas que muito podem auxiliar-nos em nossa evolução e, consequentemente, nossa trajetória à felicidade. Mas, quando embalados por nossos sentimentos torpes, muitas vezes ferimos estas oportunidades.

O pensamento, manifestação do espírito, princípio inteligente do Universo, poderoso instrumento que caminha conosco pela saga fascinante da própria vida, altera também a nossa existência. Com a reencarnação, experimentamos em nós as consequências dos atos em nossa própria existência, em vários aspectos físicos, espirituais, emocionais e sociais; nos desequilíbrios, que podem ser observados nos inúmeros casos vistos em nossas experiências atuais, quase epidêmicos, de depressões, síndromes fóbicas, transtornos neuróticos, psicóticos, manifestações de agressividade, frutos da insegurança interior.

As patologias apresentadas demonstram muito claramente que as pessoas estão ansiosas, inseguras, em busca de algo que preencha seus corações. A doutrina espírita não veio curar corpos, mas espíritos, lembrando a mensagem do cristo: " De que adianta remendo novo em roupa velha, que irá romper-se mais uma vez."

Os estudos espíritas demonstram-nos, claramente, que todos têm um magnetismo próprio e que, munidos da intenção de fazer o bem, podem repor a vitalidade dos órgãos das pessoas pelas quais vibramos na transmissão da bioenergia, equilibrando-se, também, certos distúrbios perispirituais gerados muitas vezes pelos sentimentos destoantes do próprio enfermo.

Em O Livro dos Médiuns, a mediunidade de cura está perfeitamente catalogada, demonstrando-nos que, em todos os casos em que atuamos através da fluidoterapia, pela doação fraterna de amor, existe uma participação espiritual e, naqueles com a mediunidade de cura mais ostensiva, esta transmissão fluídica ocorre com mais profusão, quando os benfeitos da Vida Maior potencializam a aplicação fluídica especificando o tratamento.

Mas teremos sempre que observar: sempre serão analisados pelos benfeitores da Vida Maior o merecimento e a fé do indivíduo e, principalmente, a firme intenção em melhorar-se, para que nossos velhos equívocos não sejam comparados a uma roupa velha solicitando remendo novo.

Em muitos casos, algumas enfermidades são o remédio necessário, e para mais alguns casos a melhora é a medida certa aos seus compromissos reencarnatórios. Para outros casos, a cura é muitas vezes acompanhada invariavelmente do tratamento médico que existe na Terra, graças à Providência Divina.
A Medicina cura e trata dos efeitos. A espiritualidade trata as causas quando são modificadas as estruturas de nossos pensamentos em relação à vida e ao próximo.

Médiuns curadores
175. (...) Diremos apenas que este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo. Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel; porém, quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa. A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico; no caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso. Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo (...).


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