Por: Carlos Henrique Vernier - Psicólogo - CRP: 06/107461 - E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Temos notado um grande número de crianças e adolescentes, apresentando comportamentos de agressividade, não aceitando limites, manipulam, desejam tudo ao seu modo, tem baixa tolerância a frustrações, são desafiadores e não raro, hostilizam figuras que representam autoridade, pais, avós, professores, recusam seguir regras, quando contrariados, mostram-se enraivecidos, rancorosos ou vingativos.


Estas são as características essenciais do T.D.O (Transtorno Desafiador Opositivo).

O transtorno Desafiador Opositivo, é mais frequente em crianças e adolescentes nas famílias, onde os cuidados são permeados por uma educação muito rígida, inconsistente ou muito permissiva e em alguns casos, nota-se a ausência dos pais, não apenas fisicamente, mas principalmente no acompanhamento do desenvolvimento moral e emocional dos filhos, acarretando déficit na construção de uma psicologia saudável.

Atenção pois, pais ou responsáveis, que tem para si a responsabilidade de conduzir e educar crianças e adolescentes. A era da tecnologia apresenta um leque muito dilatado de opções, mas nem sempre os filhos possuem maturidade, para escolher com responsabilidade o melhor conteúdo para uma boa formação psicológica. O fato da criança ou adolescente estar dentro de casa, isso nem sempre significa que ele está em segurança, se os pais ou responsáveis não estão abertos ao diálogo, não observam mudanças no comportamento, não se interessam pelas escolhas de seus filhos e tutelados, permitindo que a internet, a TV ou a rua, os influenciem a ponto de eleger escolhas equivocadas, cujas conseqüências estão explicitamente estampadas nos noticiários, só resta lamentar, pois o caminho de volta é dolorido e nem sempre aceito, pois corrigir é muito mais difícil que educar, o esforço gera desgastes e quase sempre é imprescindível o apoio profissional psicológico e em alguns casos até mesmo psiquiátrico.

Mais que importante; é imprescindível estar atento ao comportamento das crianças e dos adolescentes, e se esses, não são reflexos do comportamento dos próprios pais.

Educar não é uma tarefa fácil, pois exige de si paciência, diálogo sobre as próprias dificuldades, para que os filhos não tenham a falsa idéia de que família perfeita é aquela que não tem problemas, mas que família é composta por pessoas que se respeitam, que confiam, que estão juntas nos bons como nos maus momentos, pois saberão que, a dificuldade com união e amor passa e os deixam ainda mais fortes.

Educar é dar-se a presença, a palavra, o abraço, a mão, o olhar, é sorrir, é chorar junto e acabar num abraço forte que represente; eu vou estar sempre com você, pais e filhos, mutuamente dando-se um ao outro a oportunidade de serem simplesmente pais e filhos.

Pais que trabalham fora, quando retornam para suas casas estão cansados, alegam dia difícil, sobrecarga de tarefas, estresse, providências no lar para fazer e quando conseguem tempo, opta pelo silêncio, o jornal, a TV, a internet e deixam passar a oportunidade de reservar esse único momento para estar com os filhos, de olhar sua mochila, seus cadernos, de perguntar sobre como foi seu dia. Esse momento de ouro que fica registrado na vida de qualquer pessoa passe o tempo que passar.

Eleger prioridades é matéria de urgência providencial e já que a manutenção física é importante, não menos, é a educação emocional, psicológica das crianças e adolescentes. Não tente compensar a ausência física com presentes, isso gera uma idéia de chantagem emocional que tende a conseqüências graves na formação psicológica dessas crianças, pois se tornará insegura e frágil quando não quando não conseguirem o que desejam e esse perfil pode acompanhar até a vida adulta.

Pais; acompanhem o desenvolvimento escolar de seus filhos, auxiliem nas dúvidas, quando solicitados para as reuniões de pais e mestres, compareçam, conversem com seus professores, saibam como estão se comportando na sala de aula, como se relacionam com os colegas. Essa parceria é fundamental e os próprios filhos sabendo ter pais interessados procurarão dar o melhor de si, o amor exige cuidados.

Pais; enfatizem pontos positivos de seus filhos, mostrem que reconhecem suas qualidades. Quando os pais enaltecem apenas os pontos negativos, fragilidades, isto vai alimentar e reforçar o comportamento do TDO (Transtorno Desafiador Opositivo).

Limites e regras devem ser estipulados e interiorizados até pelos próprios pais, pois o modo de educar “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, não pertence mais a esta realidade, o exemplo fala mais alto.

É extremamente importante estar atento, crianças com Transtorno Desafiador Opositivo, precisam de ajuda da família e quando essas não conseguem sozinhas, deve procurar ajuda profissional, para não agravar o problema desencadeando para um Transtorno de Conduta.

Vamos cuidar de nossos filhos?