Por: Djalma Santos

A transição planetária do homem ou do Planeta, não passa pelo Apocalipse do Evangelista João, e sim, por uma modificação gradativa do comportamento humano, em relação a hábitos, pendores e tendências e, principalmente no abandono pelo ser humano, dos vícios, desejos e paixões.

Talvez uma das maiores dificuldades dos pensadores, filósofos, cientistas e até dos evangélicos, que lidam diariamente com a Bíblia Sagrada seja entender ou decifrar o que o Apóstolo João quis dizer com o seu livro Apocalipse, o último das Sagradas Escrituras. Isolado na Ilha de Patmos, onde se refugiou por livre e espontânea vontade, esse grande amigo e discípulo de Jesus e de Maria deixou escritas palavras e frases enigmáticas, envolvidas de mistérios profundos, e, por mais que queiramos associar o que ele disse aos fatos atuais ou aos fatos que acontecerão, fica muito difícil por causa da linguagem obscura e ininteligível, correspondendo talvez a um código que dificilmente será decifrado.

Especula-se que o Apocalipse estaria ligado à Transição Planetária e que estariam contidos nesse livro os sinais que indicariam “o final dos tempos”. Mas tudo isso não passa de alegorias e figurações, com interpretações de todos os tipos, e ninguém que seja realmente sério se arriscaria a dizer que o Apocalipse é a chave dos mistérios evolutivos.

Pelo tempo que a Bíblia Sagrada circula pelo mundo, sendo considerada o livro mais vendido e, por consequência, o mais lido, seria quase impossível que, até os dias atuais, ninguém tivesse conseguido destrinçar esses enigmas e segredos guardados a sete chaves no livro do João. Tudo indica que o livro Apocalipse seja uma obra mediúnica, o que não significa que tenha credibilidade, porque depois de muitos anos morando sozinho na Ilha de Patmos, o Evangelista João poderia perfeitamente ter perdido a noção das coisas e ter sido influenciado por entidades perturbadoras e zombeteiras que o teriam orientado para escrever um livro tão polêmico. Aliás, o único que dificilmente é lido e comentado, nem mesmo pelos evangélicos ou católicos, que em síntese, se sentem incapazes, de descrever o que nele está contido; apesar de comentarem abertamente todos os outros livros da Bíblia Sagrada.

A Doutrina Espírita não faz nenhuma referência ao Livro Apocalipse, e Alan Kardec evitou falar de um assunto tão polêmico, que só confundiria as mentes dos adeptos da Doutrina do Consolador, como também não se interessou pelas profecias do Mago Nostradamus, outro que conseguiu embaralhar a mente de milhares de pessoas, com precognições que nunca se efetivaram. Adivinhar o futuro, através da precognição ou voltar ao passado, através da retrognição, não é uma tarefa fácil, e somente profetas de alto porte de iluminação conseguem fazer isso – e, quando o fazem, têm sempre um fim altruístico, sem segredos, sem enigmas, mas colocando todos a par do que vai acontecer ou do que já aconteceu.

Nas palestras que Divaldo Pereira Franco realiza, ele se imanta a entidades enobrecidas e sábias, discorrendo sobre o passado distante, com todas as minúcias que constam os livros, com datas e números de acontecimentos que estão registrados na História Universal, mas não faz nenhuma previsão do futuro, nem fala por enigmas ou segredos, porque sabe que isso não acrescentaria absolutamente nada nos corações daqueles que desejam simplesmente aprender, e se possível de uma forma direta e inconfundível.

Resumindo, a Transição Planetária do homem ou do Planeta não passa pelo Apocalípse do João, e sim por uma modificação gradativa do comportamento humano, que é o único responsável pelo seu destino, um caçador de si mesmo, numa busca incansável e incessante pela sua origem que é Deus, que em síntese nos fornece todas as potencialidades necessárias à nossa iluminação. Esses recursos divinos, porém, são embrionários, estão em germe e precisam ser aflorados pela força do trabalho, pela bondade, paciência, caridade, renúncia, compaixão, solidariedade e compartilhamento.

Fonte: Correio Espírita


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