A Gênese - CAPÍTULO XI

33. – No intervalo de suas existências corpóreas, os Espíritos estão no estado de erraticidade, e compõem a população espiritual ambiente do globo. Pelas mortes e nascimentos, estas duas populações diversificam incessantemente uma das outras; existe, pois, diariamente emigrações do mundo corpóreo para o mundo espiritual, imigrações do mundo espiritual no mundo corpóreo: é o estado normal.

34. – A certas épocas, regradas pela sabedoria divina, estas emigrações e estas imigrações operam-se em massa mais ou menos consideráveis por sequência de grandes revoluções que se fazem partir ao mesmo tempo quantidades inumeráveis, que são logo recolocadas por quantidades equivalentes de encarnações. É preciso, pois, considerar os flagelos destruidores e os cataclismos como ocasiões de chegadas e de partidas coletivas, maneiras providenciais de renovar a população corporal do globo, de revigorá-la pela introdução de novos elementos espirituais mais depurados. Se nestas catástrofes há destruição de um grande número de corpos, não há senão vestimentas devastadas, mas nenhum Espírito perece: só fazem trocar de meio; em lugar de partirem isoladamente, eles partem em quantidade, eis, pois toda diferença, porque partir por uma causa ou por outra, não se deve menos fatalmente partir cedo ou tarde.

As renovações rápidas e quase instantâneas que se operam no elemento espiritual da população, em sequência dos flagelos destruidores, apressam o progresso social; sem as emigrações e as imigrações que vêm de tempos em tempos dar-lhe um violento impulso, eles marchariam com uma extrema lentidão.

 É notável que todas as grandes calamidades que dizimam as populações são sempre seguidas de uma era de progresso na ordem física, intelectual ou moral, e por sequência no estado social da nação entre aqueles elas se efetuam. É que tiveram por objetivo operar um remanejamento na população espiritual, que é a população normal e ativa do globo.

 35. – Esta transfusão que se opera entre a população encarnada e a população desencarnada de um mesmo globo, opera-se igualmente entre os mundos, seja individualmente nas condições normais, seja por massas em circunstâncias especiais, Há, pois, emigrações e imigrações coletivas de um mundo a outro. Resulta disso a introdução, na população de um globo, de elementos inteiramente novos; novas raças de Espíritos vindo se misturar às raças existentes, constituindo novas raças de humanos. Ora, como os Espíritos não perdem nunca o que adquiriram, eles aportam com sua inteligência e intuição de conhecimentos que possuam; imprimem, por consequência, suas características à raça corpórea que venham animar. Não têm necessidade, para isso, senão de que novos corpos sejam criados especialmente para seu uso; desde que a espécie corpórea existe, eles o encontram todos prontos a os receber. São, pois, simplesmente novos habitantes; chegando à Terra, eles fazem, a princípio, parte de sua população espiritual, após o que se encarnam como os outros.


A vida de Chico Xavier

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